AVALIAÇÃO DOS INDICADORES DE SAÚDE DOS TRABALHADORES DE ENFERMAGEM DE UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO

Autores

  • Isabel Aparecida Porcatti de Walsh UFTM
  • Yula Matrangolo Fernandes UFTM
  • Dernival Bertoncelo UFTM
  • Vitoria Helena Maciel Coelho UFTM
  • Marilita Falangola Accioly UFTM

Resumo

INTRODUÇÃO: A avaliação das condições de saúde busca compreender melhor o processo de trabalho de enfermagem e a saúde desses trabalhadores. Nesse sentido, instrumentos de auto-avaliação, que permitam aos mesmos expressar sua percepção nestes aspectos, tem sido estimulada, sendo considerados indicadores válidos e relevantes, equivalentes aos obtidos por meio de instrumentos mais complexos e extensos. OBJETIVO: Avaliar indicadores de saúde dos trabalhadores de enfermagem do Hospital de Clínicas (HC) da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM). METODOLOGIA: Estudo transversal, exploratório, descritivo e quantitativo, realizado com profissionais de enfermagem do HC/UFTM. As condições de saúde foram avaliadas por meio do WHOQOL Bref para avaliação da qualidade de vida e um questionário de comportamentos/sentimentos apresentados no último ano, baseado na sintomatologia da Síndrome de Burnout, composta por sintomas somáticos (exaustão, fadiga, tensão muscular, cefaléias, distúrbios gastrointestinais e alterações do sono), psicológicos (humor depressivo, irritabilidade, ansiedade, rigidez, negativismo, ceticismo, alheamento e desinteresse) e comportamentais (fazer consultas rápidas, evitar pacientes e o contato visual). As avaliações foram realizadas em sala reservada, dentro do HC, em horário de trabalho ou, quando isso não foi possível, os questionários foram entregues para que os profissionais os respondessem em outro momento e os devolvessem aos pesquisadores que voltavam ao local para buscá-los. RESULTADO: Foram avaliados 127 profissionais de 12 setores do HC/UFTM sendo estes: clinica médica, clinica cirúrgica, neurologia, pronto socorro infantil, acolhimento, ortopedia, onco-hematologia, berçario, pediatria, UTI neo natal, UTR e hemodinâmica, sendo 25 homens, 99 mulheres e 3 sem identificação quanto ao sexo, com idades entre 21 e 60 anos (34,9±9,5). Em relação a escolaridade, um apresentou ensino fundamental, 19 ensino médio, 47 técnicos, 29 ensino superior e 32 pós graduação, sendo que 25 são enfermeiros, 90 técnicos de enfermagem, 5 auxiliares de enfermagem e dois não responderam. A avaliação da qualidade de vida indicou que o domínio social apresentou uma média de 70,4±17,2, o domínio psicológico 69,8±14,2, o domínio físico 69,7±13,2 e o dominio ambiental 58,9±11,1. A média da qualidade de vida geral foi de 67,2±11,1. Quanto aos comportamentos e sentimentos apresentados no último ano, encontrou-se presença de tensão muscular (72 profissionais), dor muscular ou osteomuscular (68), cefaléia/enxaqueca (67) e alteração do sono (65). Os sentimentos mais frequentes foram ansiedade (87 profissionais), irritabilidade (60), realização de atendimentos rápidos (39), diminuição da produtividade (17) e evitação do contato visual (12). CONCLUSÃO: Os resultados obtidos indicaram que os profissionais de enfermagem do HC/UFTM, em sua maioria, são jovens, mulheres e apresentam alta escolaridade. A qualidade de vida variou entre 59 e 70, indicando necessidade de implementação de medidas para melhorá-la. Encontra-se um grande número situações, comportamentos e sentimentos negativos, o que é preocupante, principalmente por tratar-se de indivíduos jovens. Sugere-se implementação de ações como espaços para que os profissionais exponham seus sentimentos e situações que os incomodam. Mudanças estruturais, culturais e organizacionais da instituição são necessárias para a promoção de saúde dos profissionais de enfermagem, refletindo em sua saúde e na excelência do atendimento aos usuários do serviço.