AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DE MULHERES COM INCONTINÊNCIA URINÁRIA INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA

Autores

  • Letícia Stanczyk Faculdade Evangélica do Paraná
  • Carla Adriane Pires Ragasson Faculdade Evangélica do Paraná

Resumo

INTRODUÇÃO: A incontinência urinária é definida como a perda involuntária de urina, podendo ser classificada como: incontinência urinária de esforço (IUE), hiperatividade vesical (HV) ou incontinência urinária mista (IUM). No Brasil, é estimado que 10% das mulheres que vão ao ginecologista tem como queixa principal a perda de urina. A prevalência de IU em mulheres é superior a 50% e a incidência aumenta com a idade, embora não faça parte do envelhecimento fisiológico, atingindo 25% das mulheres após a menopausa. Apesar das perdas involuntárias de urina interferirem na qualidade de vida das mulheres, estima-se que apenas uma em cada quatro pacientes sintomáticas procura ajuda médica. Os fatores de risco mais importantes são os partos por via vaginal. Outros fatores de risco com menor impacto são as cirurgias pélvicas prévias, obesidade e obstipação. OBJETIVOS: Verificar a eficácia de um programa educativo na prevenção e tratamento da IU em mulheres. METODOLOGIA: Estudo exploratório com abordagem qualitativa. Os critérios de inclusão foram: apresentar diagnóstico clínico, sintomas de IU ou prevenção, participar de todos os procedimentos do estudo e assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Foram recrutadas 20 mulheres e após a aplicação dos critérios de inclusão a amostra foi constituída por 9 mulheres. A avaliação e reavaliação constituem-se pela aplicação da anamnese, questionário ICQ-SF (Qualidade de vida) e explicação do autopreenchimento do Diário Miccional (24 horas). O protocolo de exercícios cinesioterapêuticos envolveu alongamentos, exercícios de Kegel e de contração da musculatura do assoalho pélvico que foram realizados em uma quadra de esporte com grama sintética e totalizaram 10 intervenções com duração de 45 minutos. RESULTADOS: Foram avaliadas mulheres com idade média de 68,3 anos. Das 9 participantes, 5 (55,55%) apresentam IU mista, 3 (33,33%) apresentam IU de esforço e apenas 1 (11,11%) não apresentava nenhum tipo de incontinência. O questionário ICQ-SF revelou diminuição de perda urinária em todas as participantes, verificando melhora na qualidade de vida. Em relação à perda de urina, todas as participantes referiram diminuição e maior controle da urgência. Quanto à realização dos exercícios diariamente, 62,5% lembram de realizar todos dias e 37,5% lembram às vezes. CONCLUSÃO: Pode-se verificar eficácia na intervenção fisioterapêutica com foco comportamental. A educação em saúde é uma forma viável e eficaz para melhora o nível de conhecimento da musculatura do assoalho pélvico de mulheres incontinentes. As atividades favoreceram a troca de experiências e o trabalho em grupo possibilitou o fácil acesso às informações relativas à IU a um maior número de mulheres.