FISIOTERAPIA MOTORA EM UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA: REVISÃO DE LITERATURA

Autores

  • Adyson Olliver Campos Luz Centro Universitário do Rio Grande do Norte - UNIRN
  • Adriana Jussara de Oliveira Brandão Centro Universitário do Rio Grande do Norte - UNIRN
  • Gleidson Franciel Ribeiro de Medeiros Centro Universitário do Rio Grande do Norte - UNIRN
  • José Ednaldo De Oliveira Centro Universitário do Rio Grande do Norte - UNIRN

Resumo

INTRODUÇÃO: A unidade de terapia intensiva (UTI) surgiu da ideia de se ter um local apropriado para assistência específica ao paciente crítico e ficou marcada na história durante uma epidemia de poliomielite na década de 50, devido à necessidade de suporte ventilatório a esses pacientes. Posteriormente, as UTI’s foram destacadas a abrigar pacientes operados com necessidades de cuidados mais abrangentes. Dessa forma, deu-se início a um movimento para dotar de conhecimentos específicos os profissionais que atuavam nessa área, sendo o primeiro deles o médico intensivista. Para Nozawa, nas últimas cinco décadas, as unidades de terapia intensiva têm se tornado não apenas um concentrado de pacientes que precisam de cuidados específicos e de tecnologia, mas também de uma equipe multiprofissional especializada com fisioterapeuta, médico, enfermeiro, nutricionista, fonoaudiólogo, psicólogo, assistente social, entre outros. Nesse contexto, o fisioterapeuta intensivista nasce como aquele profissional que tem dedicação total voltada ao paciente crítico, realizando seu diagnóstico funcional e decidindo sua intervenção por meio de procedimentos cinesiológicos e instrumentais, com o objetivo de melhorar o quadro de tais pacientes, em consonância com a equipe multidisciplinar (2). Atualmente, a ANVISA através da Resolução RDC Nº 07 de 24 de fevereiro de 2010 subsidia o funcionamento das UTI’s e especificamente em seu Capitulo II, sessão III, o artigo 13, inciso 2º, relata que os coordenadores de enfermagem e fisioterapia devem ser especialistas em terapia intensiva ou em outra especialidade relacionada à assistência ao paciente grave, específica para a modalidade de atuação (adulto, pediátrica ou neonatal). O COFFITO (Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional) em sua resolução Nº 392, de 04 de outubro de 2011, reconhece a Fisioterapia em Terapia Intensiva como especialidade do profissional fisioterapeuta (artigo 1º), tornando-a legalmente reconhecida e obrigatória para o funcionamento dessas unidades(4). Nesse contexto, o Fisioterapeuta neurointensivista deve ser um profissional capaz não apenas de aplicar com segurança técnicas de fisioterapia respiratória e motora, mas de identificar áreas de injúrias do sistema nervoso através da história clínica do paciente, do quadro atual em que se encontra e da interpretação precisa de exames de imagens. Após isso, o fisioterapeuta faz a eleição de técnicas específicas que favoreçam um melhor prognóstico desse paciente. Diante disto, surgem os questionamentos: O que a literatura aborda sobre a atuação da Fisioterapia motora na UTI Existe detalhamento sobre a atuação do Fisioterapeuta Neurointensivista. Dessa forma busca-se com a pesquisa, como se dá a atuação da Fisioterapia motora nas UTI’s, voltada para pacientes com disfunções neurológicas ou com risco de desenvolver doença neurológica. OBJETIVOS: investigar através de uma revisão bibliográfica a atual abordagem da Fisioterapia Motora dentro da UTI, em especial da subespecialidade Neurointensivista. METODOLOGIA: As fontes para busca de material de pesquisa foram às bibliotecas eletrônicas BIREME, LILACS, MEDLINE, SCIELO E PUBMED. Os artigos foram obtidos através da utilização dos descritores: fisioterapia motora, fisioterapia neurológica, fisioterapia intensiva, fisioterapia neurointensivista, terapia intensiva, unidade de terapia intensiva (UTI), e seus respectivos termos em inglês: Physiotherapy, Neurological Physiotherapy, Intensive Physiotherapy, Neurointensivist Physiotherapy, Intensive Care, Intensive care Unit (ICU), sob os operadores booleanos and, not e or. Como critérios de inclusão, foram considerados os artigos que tinham correlação com o tema proposto, publicações nos idiomas português ou inglês, entre os anos 2003 e 2013 e os que descreviam as práticas habituais de fisioterapia neurológica em UTI (Fisioterapia Intensiva). Critérios de exclusão: artigos de revisão de literatura, artigos que abordassem somente a fisioterapia respiratória, artigos apenas com resumo disponibilizado gratuitamente e ainda aqueles que evidenciassem apenas a especialidade médica intensiva. Análise dos Dados Os artigos incluídos foram pormenorizados em forma de tabela, considerando os seguintes aspectos: autores, título, técnica empregada, amostra e conclusão. Foi feita uma análise crítica-qualitativa das publicações selecionadas. RESULTADOS: Inicialmente, durante a pesquisa nas bases de dados foram encontrados sessenta (60) artigos, dos quais (56) foram excluídos, por não possuírem o delineamento metodológico a ser incluído ou por possuírem duplicidade em bases de pesquisa. Após análise foram pormenorizados, depois foi realizada a seleção final, onde foram incluídos apenas 4 ensaios clínicos que comtemplaram a metodologia exigida para desfecho objetivado. CONCLUSÃO: Os estudos incluídos nessa revisão de literatura demonstram em seus resultados que a fisioterapia motora de forma precoce traz inúmeros benefícios aos pacientes, como o ganho da força muscular periférica e respiratória. Os resultados observados comprovam também que várias publicações abordam sobre a efetividade da fisioterapia motora em pacientes críticos, mostrando-se totalmente viável e com resultados altamente positivos, refletidos na redução do tempo de permanência no leito, internação hospitalar e no retorno mais rápidos às atividades funcionais pelo paciente. Todavia, pouco são os ensaios clínicos randomizados que os confrontem em grupos independentes para melhor visualização desses resultados. Percebe-se ainda uma escassez de publicações a respeito da implementação de técnicas de cinesioterapia neurológica em pacientes neurocriticos, bem como dos novos conceitos preconizados pela fisioterapia moderna. Sugere-se que novos estudos sejam feitos com vistas ao preenchimento dessa lacuna e para respaldar a legalização da especialidade de Fisioterapia Neurointensiva no meio acadêmico e profissional.