A FISIOTERAPIA NO COTIDIANO DE MULHERES COM DORES NA COLUNA VERTEBRAL: EM BUSCA DA RESOLUTIVIDADE

Autores

  • José Alves Martins UNIVAG-MT
  • Henriber Barbosa Rodrigues UNIVAG-MT
  • Janara Ochiuto Lima UNIVAG-MT
  • Jonhy Bianchini da Silva UNIVAG-MT

Resumo

INTRODUÇÃO: A prevalência das dores crônicas em coluna vertebral constitui-se um problema agravante, pois acomete grande parte da população mundial e está relacionada a fatores de riscos biopsicossociais. Assim a dor é compreendida como um fenômeno multifatorial, porém, singularizada pelos conceitos prévios de cada individuo. A dor crônica é definida como aquela que persiste além do tempo razoável para a cura de uma lesão. Canesqui (2007) discute a cronicidade como um dispositivo conceitual biomédico e, especialmente, clínico que se refere à impotência da cura na orientação da pratica profissional em saúde. Nesse sentido essa pesquisa buscou analisar o impacto da fisioterapia na vida de mulheres com lombalgia crônica em períodos superior a seis meses de alta fisioterapêutica. OBJETIVOS: Compreender a experiência da dor crônica em coluna vertebral e a efetividade das abordagens fisioterapêuticas para subsidiar novas estratégias de cuidados. METODOLOGIA: No contexto da pesquisa qualitativa adotou-se a abordagem compreensiva através do referencial teórico e conceitual da fenomenologia desenvolvidos pela área da Antropologia e Saúde. A amostra foi composta por 13 mulheres, residentes no Município de Várzea Grande-MT, acima de 40 anos, trabalhadoras do lar, diagnóstico de dor crônica em coluna vertebral, atendidos na clinica escola da Univag e em alta fisioterapêutica há mais de seis meses. No primeiro momento foram alocados e analisados os prontuários dos informantes quanto ao quadro álgico e as disfunções cinético-funcionais. No segundo momento buscou-se esses informantes no cotidiano de suas vidas para a coleta dos dados qualitativos. A imersão na realidade concreta dos participantes se deu pelas visitas domiciliares durante entrevistas aplicadas pelos próprios pesquisadores RESULTADOS: A análise dos dados demonstrou que 100% da amostra portavam sinais e sintomas muito próximos dos que as motivaram a buscarem a fisioterapia meses ou anos atrás. Demonstraram ainda que nas formas mais tradicionais a fisioterapia propicia melhora significativa do quadro de dor e na condição cinético-funcional do paciente. No entanto, parcela considerável desses pacientes sofre recidiva. A condição crônica conserva a autonomia do sujeito e sendo assim o mesmo é quem gerencia sua própria condição recrutando elementos do seu próprio contexto sociocultural. Assim o fisioterapeuta não pode ser alheio a esse contexto. CONCLUSÃO: A condição crônica requer um cuidado longitudinal, pois são múltiplas as influências na construção da experiência da dor crônica em coluna vertebral, admitindo uma relação circular entre elementos objetivos e subjetivos, no gerenciamento da mesma por parte de quem a porta. Essas influências podem determinar, ou não, a adesão às práticas saudáveis à coluna vertebral e a resolutividade do tratamento fisioterapêutico. Nesse sentido o modelo de cura deve dar lugar ao modelo de cuidado.