PERCEPÇÃO DE FISIOTERAPEUTAS SOBRE A FORMAÇÃO PROFISSIONAL PARA O TRABALHO EM EQUIPE E A PRÁTICA COLABORATIVA: PROPOSTA DE EDUCAÇÃO PERMANENTE

Autores

  • Dulcimar Batista Alves UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO - UNIFESP
  • Rosana Aparecida Salvador Rossit UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO - UNIFESP

Resumo

INTRODUÇÃO: As Diretrizes Curriculares Nacionais do curso de Fisioterapia estabelecem o desenvolvimento de competências e habilidades gerais e específicas durante a graduação e preveem uma formação que contemple as necessidades sociais da saúde, com ênfase no SUS, estimulando o pensamento crítico e reflexivo dos problemas da população assistida, propiciando valorização do conhecimento produzido nas unidades de saúde e articulando-o com o produzido na universidade. Em 2010 a Organização Mundial da Saúde reconheceu a importância da educação permanente dos profissionais de saúde, enfatizando a educação interprofissional, o trabalho em equipe e a prática colaborativa como formas de fortalecer sistemas de saúde, promover melhor resolutividade e qualidade na atenção às demandas. Partindo desta premissa, elaboramos um Guia de Preparo do Profissional de Saúde na perspectiva do Trabalho em Equipe e da "Prática Colaborativa", contendo material didático-pedagógico e sugestões de ações para subsidiar propostas de Educação Permanente de Profissionais da Saúde. OBJETIVO: O objetivo é planejar e promover oportunidades de vivências do trabalho em equipe e da prática colaborativa, horizontalização das relações, compartilhamento de saberes entre profissionais e reflexão sobre o modelo e a qualidade da atenção nos cenários de prática. METODOLOGIA: O planejamento de ação prévia, realização de encontros semanais com duração de 90 minutos, com participação dos profissionais da equipe, em ações desenvolvidas por meio de metodologias ativas de ensino e aprendizagem, na perspectiva de alcançar os objetivos. Diferentes recursos educacionais, serão utilizados para desenvolver e/ou aprimorar os conceitos relacionados ao trabalho em equipe e ao modelo de atenção do SUS a partir de demandas emergentes da realidade dos profissionais e dos serviços. Após identificação das demandas, elege-se as que serão trabalhadas durante o processo formativo. Em seguida, numa dinâmica em grupo, os participantes deverão se apresentar. No encontro seguinte, o objetivo será integrar a equipe propondo estratégias educativas, com o tema Cuidar do que é importante para o outro. A próxima proposta de ação, visa construir um cenário de prática colaborativa em oficina de reciclagem. A ação que discute a Atuação Uniprofissional versus Prática Colaborativa terá discussão de caso clínico real com dados de prontuário. Finalizando o processo crítico-reflexivo poderão compartilhar impressões sobre as vivências experienciadas, por meio da estratégia Grupo Verbalização/Grupo Observação. No último encontro será realizada uma roda de conversa com os profissionais para refletirem sobre o modelo de saúde no qual estão inseridos e avaliar, a partir das vivências, a influência da proposta de educação interprofissional nos resultados na saúde e prestação de serviços à população assistida. RESULTADO: A Educação Interprofissional pode ser positiva em relação à reação dos participantes, atitudes, conhecimento/habilidades, comportamentos e prática, assim como, benefícios na atenção ao paciente e nos resultados das práticas de saúde. A Educação Permanente coloca-se como desafio no preparo dos profissionais de saúde na perspectiva da Educação Interprofissional. CONCLUSÃO: Espera-se que os profissionais de saúde possam se beneficiar de propostas dessa natureza, sensibilizarem-se com as ações e, comprometidos com a integralidade no cuidado, aprimorar as próprias práticas e atuar em sintonia com as demandas sociais na consolidação e fortalecimento do SUS e na integração ensino/serviço/comunidade.