PERCEPÇÃO DO USUÁRIO QUANTO AO ACOLHIMENTO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

Autores

  • Edilane Mendes de Lima UNIIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
  • Kaliny Oliveira Dantas UNIIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
  • Mariele Sousa Marques UNIIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
  • Inaldo Barbosa da Silva UNIIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
  • Michelle Martins Duarte UNIIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
  • Rafaela Alves Dantas UNIIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
  • Thyala de Fátima Bernardino Amorim UNIIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
  • Dailton Alencar Lucas de Lacerda UNIIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

Resumo

INTRODUÇÃO: A Política Nacional de Humanização foi desenvolvida pelo Ministério da Saúde desde 2003, em resposta ao despreparo dos profissionais de saúde para lidar com a dimensão subjetiva do cuidado e a persistência de modelos de gestão centralizados e verticais. Uma das diretrizes dessa política é a atenção integral através da garantia do acolhimento que envolve a recepção do usuário no serviço de saúde, a responsabilização dos profissionais pelo usuário, a escuta qualificada de sua queixa e angústias, e a garantia de assistência resolutiva. OBJETIVO: Identificar a opinião dos usuários sobre o acolhimento em uma Unidade Integrada de Saúde da Família (UISF) de João Pessoa. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo transversal, de caráter exploratório, realizado em uma UISF do município de João Pessoa/PB, no período de 20/04/2017 a 18/05/2017. Uma vez por semana, foi realizada uma roda de diálogo com o objetivo de acolher os usuários presentes na recepção, partindo de temas do seu próprio interesse e contexto. Ao final da atividade, foi entregue um questionário semiestruturado com caracterização do usuário (sexo, idade, motivo do atendimento) e 11 questões, 6 referentes ao acolhimento da USF e 5 sobre a roda de diálogo. Um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido foi assinado pelos que aceitaram participar do estudo (n=42). A produção e o tratamento dos dados foram realizados no EXCELTM. RESULTADO: 57% da amostra é do sexo feminino e a maioria dos participantes apresentam idade entre 30 e 59 anos (68%); Os motivos mais frequentes de ida a UISF são: atendimento odontológico (24%); consulta médica (16%) e pré-natal (12%). 35,7% dos usuários consideram o acesso satisfatório sempre que procuram o serviço, porém 66,6% o consideraram satisfatório apenas algumas vezes. 71% dos usuários sempre ou quase sempre tem seus problemas resolvidos, porém em 50% dos casos ele não é resolvido rapidamente. 61% dos participantes tem suas necessidades atendidas sempre ou quase sempre que procuram a UISF, enquanto que 28,6% têm suas necessidades atendidas apenas algumas vezes. 62% consideram que sempre ou quase sempre os profissionais da unidade se interessam pelos seus problemas, tiram dúvidas e perguntam sua opinião como usuário. 50% dos usuários responderam que poucas vezes, quase nunca ou nunca são atendidos pelos mesmos profissionais quando procuram a UISF ou recebem visitas domiciliares. Sobre a roda de diálogo, 90% dos usuários a avaliaram de forma positiva, 93% se sentiram acolhidos através dela e 85.7% achou o assunto que foi abordado interessante. Numa escala de 0-10, 86.8% deram nota 9 e 10 para atividade. CONCLUSÃO: A maioria dos usuários da UISF ainda não consideram o acesso e o vínculo com a equipe de saúde satisfatório e não tem uma rápida resolução dos seus problemas, apesar de na maioria das vezes, passarem por uma boa escuta e obterem resolução para seus problemas e necessidades de saúde. A roda de conversa pode ser uma ótima estratégia para aprimorar o acolhimento na Atenção Primária à Saúde, tendo em vista que mais de 90% dos usuários se sentiram acolhidos durante essa atividade.