A INSERÇÃO DA COMPETÊNCIA CULTURAL NO ENSINO DA SAÚDE

Autores

  • Louise Valeska Soares Pinto de Souza UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
  • Fernanda Gabrielle Mendonça da Silva UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
  • Matheus Oliveira Lacerda UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
  • Ana Karla Monteiro Santana de Oliveira Freitas UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
  • Lilian Lira Lisboa UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
  • Carolina Araújo Damásio Santos UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
  • Reginaldo Antônio de Oliveira Freitas Junior UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

Resumo

INTRODUÇÃO: A compreensão conceitual sobre competência cultural para as profissões da saúde inclui, mas não se restringe, ao conhecimento sobre os costumes, religião, hábitos alimentares e as doenças mais prevalentes em determinada população ou comunidade. Congrega desde habilidades de comunicação efetiva, a despeito da diversidade linguística, acessando e compreendendo o sistema de crenças e práticas das pessoas ás quais o cuidado em saúde se destina. Compreende ainda a efetividade para interagir e cuidar de pessoas com perspectivas diferentes para a interpretação da realidade na qual estão inseridas. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: A disciplina Competência Cultural na Atenção á Saúde da Mulher Quilombola é ofertada como componente curricular eletivo para os cursos da saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, sendo caracterizado assim como multiprofissional e multidisciplinar. No segundo semestre de 2017, a disciplina contou com estudantes da graduação de fisioterapia e possibilitou a interação com estudantes de outras áreas e da pós-graduação stricto sensu. As atividades incluíram aulas presenciais, videoconferências com palestrantes convidados e vivências práticas e ocorreram na própria universidade, no Centro de Educação e Pesquisa em Saúde Anita Garibaldi e na comunidade quilombola Capoeiras. Por ser esta última a comunidade alvo de toda a atuação durante a disciplina, as atividades e conteúdos ministrados tinham por objetivo a troca de experiências entre o meio acadêmico e a comunidade e o entendimento da competência cultural, percebida e praticada em contato horizontal com a população. O conteúdo teórico incluiu a compreensão cultural do público alvo, sua ancestralidade, seu contexto social e econômico, sua religião, seus determinantes de saúde e o levantamento das necessidades. . IMPACTOS: Para vencer o desafio de formar profissionais da saúde hábeis em interagir eficazmente com populações étnica e culturalmente diversas, é preciso inserir nos currículos das profissões da saúde o conhecimento dos processos que influenciam a saúde e os cuidados de saúde das minorias populacionais, assim como vivências relacionadas á diversidade cultural. Num contexto ampliado, a possibilidade do estudante conhecer a situação de saúde de uma população quilombola apresenta-se como estratégia válida para potencializar a desconstrução do racismo institucional, cultural e individual ainda presentes na sociedade brasileira. Esse racismo é capaz de perpetuar a marginalização das comunidades afrodescendentes e a relativa invisibilidade de suas contribuições e necessidades. A disciplina oportunizou aos estudantes essa reflexão na perspectiva da análise e contextualização da população envolvida, da mesma forma que possibilitou o reconhecimento das necessidades de saúde apontadas pela própria comunidade. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O desenvolvimento de competências culturais assume relevância na formação em saúde por possibilitar ao futuro profissional uma melhor dinâmica de atendimento e conduta para com seus futuros pacientes, além de despertar a consciência da diversidade cultural e de como esta afeta o processo de trabalho em saúde.