MANOBRA DE RECRUTAMENTO ALVEOLAR EM UM PACIENTE COM SDRA INTERNADO EM UMA UTI ADULTO: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores

  • Catharinne Angélica Carvalho de Farias UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
  • Robson Alves da Silva UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
  • Fagna Maria de Andrade e Silva UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
  • Lívia Carla Bezerra de Macêdo UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
  • Robson Inácio Marinho UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
  • Joelson dos Santos Silva UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
  • Caroline Ferreira Sch…N UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
  • Vitória Jéssica Teixeira Dantas UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

Resumo

INTRODUÇÃO: A síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA) pode ser definida como uma lesão pulmonar difusa de início agudo que aumenta a permeabilidade alvéolo-capilar, gerando perda de alvéolos funcionais, aumento do espaço-morto fisiológico, hipoxemia, opacidade pulmonar bilateral e redução da complacência pulmonar. Uma ferramenta considerada valiosa no manejo de pacientes que desenvolvem a SDRA em seus casos moderados e graves é a manobra de recrutamento alveolar máximo (MRAM), que consiste na abertura dos alvéolos pulmonares como tentativa de resgate das unidades colapsadas, visando melhora da oxigenação dos pacientes acometidos. Este trabalho relata a experiência de profissionais e residentes fisioterapeutas no uso de um protocolo de MRAM adaptado para o manejo de uma paciente internada na unidade de terapia intensiva (UTI) adulto de um hospital universitário. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: A paciente avaliada desenvolveu SDRA devido pneumonia broncoaspirativa no pós-operatório de cirurgia ginecológica de histerectomia com anexectomia bilateral por histeromegalia. A MRAM foi iniciada após a paciente ser curarizada pela equipe médica. A aplicação do protocolo foi iniciada com os seguintes parâmetros: modo Ventilação com Pressão Controlada (PCV), Pressão inspiratória = 15 cmH2O, FiO2 = 1,00, Pressão expiratória positiva final (PEEP) = 20 cmH2O. A PEEP foi aumentada em 5 cmH2O a cada 2 minutos até se atingir o valor de 45 cmH2O. A partir daí, essa pressão foi reduzida para 35 e então para 25 cmH2O de onde teve início a titulação da PEEP ideal (a titulação se deu com a redução da PEEP em 2 cmH2O a cada 2 minutos, além disso, a cada nova PEEP, eram calculadas a Pressão platô e a complacência pulmonar estática - Cest - com a finalidade de se escolher a PEEP que obtivesse a maior Cest. A titulação da PEEP ideal para esta paciente foi de 2 pontos acima da PEEP com máxima complacência. Para averiguação da eficácia da técnica, foi coletada uma amostra de sangue arterial antes e outra 12 horas após a aplicação da MRAM. IMPACTOS: Pode-se notar melhora plena do quadro da paciente, demonstrado por aumento do índice de oxigenação (PaO2/FiO2 inicial = 179; PaO2/FiO2 final = 445) e redução da hipercapnia (PaCO2 inicial = 61; PaCO2 final = 48,8) com apenas uma sessão de MARM com titulação da PEEP ideal. A experiência relatada teve impacto positivo direto sobre o aprendizado coletivo da equipe de fisioterapeutas e demais profissionais de saúde atuantes nessa UTI acerca do uso e benefícios gerados pela MRAM, quando bem indicada. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Diante do exposto, pode-se afirmar que a prática de MRAM deve ser realizada em pacientes eleitos como potencialmente beneficiários do uso dessa técnica.