O ARCO DE CHARLES MAGUEREZ E A FORMAÇÃO EM FISIOTERAPIA: PROMOVENDO UM OLHAR AMPLIADO E POSSIBILITANDO MUDANÇAS NA REALIDADE

Autores

  • Júlio César Matos Monteiro UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE (UFS) - CAMPUS LAGARTO
  • Vitória Suyane Ferreira da Cruz UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE (UFS) - CAMPUS LAGARTO
  • Gabriel Pereira de Oliveira Souza UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE (UFS) - CAMPUS LAGARTO
  • Ana Catarina Leite Véras Medeiros UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE (UFS) - CAMPUS LAGARTO
  • Ricardo Gois de Aguiar UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE (UFS) - CAMPUS LAGARTO
  • Ana Maria Braga de Oliveira UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE (UFS) - CAMPUS LAGARTO
  • Renan Guedes de Brito UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE (UFS) - CAMPUS LAGARTO

Resumo

INTRODUÇÃO: O arco de Charles Maguerez é uma ferramenta que trabalha na perspectiva do ensino pela problematização, a partir de cinco etapas, a observação da realidade, identificação dos pontos-chaves, teorização, hipóteses de solução e aplicação na realidade. Esse método busca o desenvolvimento de sujeitos críticos-reflexivos, tornando-os atores sociais e modificadores na realidade onde estão inseridos. No curso de fisioterapia esse método possibilita uma visão ampliada da saúde superando a lógica centrada na reabilitação. Sendo assim, buscou-se descrever a experiência dos acadêmicos de fisioterapia da Universidade Federal de Sergipe (UFS), Campus Universitário Professor Antônio Garcia Filho, durante a disciplina Prática de ensino na Comunidade II. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: Os estudantes realizaram uma visita para conhecimento do território e identificaram como aparelho social, uma escola de ensino fundamental. Entre algumas das necessidades observadas, percebeu-se a questão da sobrecarga postural. Assim, partindo desse ponto-chave prosseguiu-se para a etapa da teorização, surgindo como explicações as posturas adotadas na escola e a sobrecarga causada pelo peso das mochilas. Procedeu-se então, o estudo sobre sobrecarga postural e sobre carregamento de peso, considerando o público-alvo, e após, definiram-se as hipóteses de solução para intervir na comunidade. Foram propostas duas intervenções, sendo a primeira a pesagem das mochilas dos estudantes, do 2º ao 5º ano fundamental, atrelada ás explicações sobre as atividades e propostas seguintes. Foram então analisados 82 estudantes, 40 do sexo masculino e 42 do sexo feminino, entre 6 e 14 anos. Desses, 63,7% carregavam acima de 10% do seu peso corporal, sendo 37,5% entre 10-15% e 26,2% acima de 15%, caracterizando uma sobrecarga postural nesses estudantes, trazendo uma importância nessa atuação visto que muitos estão em fase de desenvolvimento e podem levar a comprometimento. Após essas observações, foi proposta a segunda intervenção com o intuito de dar feedback acerca do observado para a escola, estudantes e sua família. Para isso, foi elaborado um relatório dos dados para a escola e para os estudantes foi aplicado um quiz com perguntas sobre saúde que estimulassem o cuidado e conhecimento corpóreo e foram dadas explicações sobre a estrutura da coluna e sobrecarga postural. Além disso, foi entregue um cartão para cada aluno, contendo o peso que carregava e qual deveria seria o ideal, para entrega aos familiares. IMPACTOS: A utilização do Arco por parte dos acadêmicos de fisioterapia possibilitou atuar diretamente no problema observado, promovendo um novo olhar, tanto dos estudantes quanto da escola em relação á sobrecarga postural, estimulando o cuidado em saúde e fortalecendo a intersetorialidade e a importância do fisioterapeuta nesse cuidado integral, indo além do foco meramente reabilitador. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Conclui-se que esse método de ensino se constitui uma importante ferramenta para a formação em saúde, pois incentiva a capacidade de observação, crítica e reflexão, corresponsabilizando o acadêmico pela construção do seu aprendizado e o estimulando a propor soluções que tragam impactos na saúde da população, tornando-os agentes transformadores da realidade onde estão inseridos.