O IMPACTO DE VIVÊNCIAS EM SAÚDE MENTAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE PARA FORMAÇÃO DOS ESTUDANTES DA SAÚDE

Autores

  • Geisa Dias Wanderley UFPB
  • Jose Felix de Brito Junior UFPB
  • Amanda Raissa Neves de Amorim UFPB

Resumo

INTRODUÇÃO: O projeto Vivências e Estágios na Realidade do SUS (VER- SUS) ocorre no Brasil desde 2003, desenvolvido pelo Ministério da Saúde em parceria com a Rede Unida, coletivos e entidades do Movimento Estudantil e gestores de Saúde dos municípios sede. Em janeiro de 2016, realizou-se na Paraíba a terceira edição do VER-SUS, com o foco na saúde mental, tanto na perspectiva institucional quanto nos moldes do Movimento da Reforma Psiquiátrica e da Luta Antimanicomial. O objetivo deste trabalho é relatar e refletir sobre o impacto destas experiências na formação acadêmica, proporcionando um olhar crítico reflexivo aos caminhos de elaboração do perfil cuidador do trabalhador da saúde. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: A vivência se deu nas cidades de Cabedelo e João Pessoa - PB, com a duração de 12 dias, sendo dois para uma formação prévia dos facilitadores selecionados e 10 de imersão com os viventes e comissão organizadora (CO). Estiveram envolvidos estudantes de diversos cursos da área da saúde e afins, membros de coletivos e movimentos sociais, professores e gestores municipais. Foram selecionados 25 viventes e 5 facilitadores, que trabalharam sob a metodologia orientadora do Instituto Josué de Castro, que entende a educação como a força motriz para a transformação da realidade vigente e dos indivíduos que nela atuam. Os participantes foram divididos em Núcleos de Base (NBs), um para cada facilitador, com o objetivo de desenvolver o trabalho em grupo, organização na coletividade e reflexão a cerca do processo formativo que iriam passar. Na concepção dos coletivos envolvidos, os processos de saúde de maneira geral e, especificamente na saúde mental, não se dão apenas nos serviços e espaços gestores, mas também no território onde cada indivíduo pertence. Sendo assim os NBs fizeram um rodízio pelos serviços da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) e rede de saúde como todo, mas também realização atividades com o objetivo trabalhar o direito a cidade e a construção amplas do conceito de saúde. Ao final, todos realizaram um portfólio onde expressaram suas afecções resultantes dos cenários experiências. IMPACTOS: Os estágios de vivências constituem-se importantes dispositivos de sensibilização do estudante para experimentação de espaços de aprendizagem permanente através da realidade do trabalhador no Sistema Único de Saúde (SUS), aliando-se á necessidade de reorientação da formação com intuito de preparar profissionais comprometidos com a construção do cuidado e da saúde do povo brasileiro. No âmbito da saúde mental, esta vivência proporcionou uma reflexão a cerca da incompletude da formação para a atuação na área e com as diversas formas que o ser humano pode se relacionar com suas questões de saúde. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A participação na vivência permitiu adotar uma postura ativa e questionadora quanto á graduação que não nos dá um olhar amplo sobre esses processos de saúde. De forma a gerar um mecanismo de ação-reflexão na busca por uma formação voltada para o SUS, centrada no cuidado e no direito a saúde do povo brasileiro.