OS DESAFIOS DA IMPLANTAÇÃO DE UM PROJETO PEDAGÓGICO POR METODOLOGIAS ATIVAS EM UMA UNIVERSIDADE PÚBLICA DO NORTE DO BRASIL

Autores

  • Soanne Chyara da Silva Soares UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ - UEPA
  • Renato da Costa Teixeira UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ - UEPA
  • Angélica Homobono Nobre UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ - UEPA
  • George Alberto da Silva Dias UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ - UEPA
  • Leny Silene de Freitas Castro UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ - UEPA

Resumo

INTRODUÇÃO: Com a evolução do meio técnico-científico-informacional, a educação também se inovou, buscando tornar-se significativa para o aluno. Para tal, o aprendizado precisa ser construído: professores e alunos precisam adotar um novo papel. Neste contexto, surgem as metodologias ativas, delineando modelos de aprendizado que consideram o aluno um ser ativo na busca do conhecimento. Projetos pedagógicos de curso com metodologias ativas vem sendo amplamente utilizados na formação de profissionais da saúde, por favorecer um perfil do egresso crítico, reflexivo, humano, com visão ampla e global, buscando a autonomia intelectual. Este trabalho tem como objetivo compartilhar os desafios da implantação de um projeto pedagógico por metodologias ativas em uma Universidade pública do Norte do Brasil. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: A idealização do projeto pedagógico por metodologias ativas se deu em 2012, com a formação de uma comissão para reformulação do projeto pedagógico, composta pelo próprio Núcleo Docente Estruturante (5 professores), além de colaboradores (4 professores), assessoria pedagógica (1 pedagoga) e discentes (2 alunos). E após amplo planejamento e discussão democrática, o projeto foi aprovado pelo Conselho Superior Universitário em 2014, para então ser implantado em 2015. Atualmente está no 2º ano do novo projeto pedagógico de fisioterapia. IMPACTOS: Mesmo com aval institucional para a mudança do projeto, a infraestrutura não estava totalmente adequada, uma vez que as salas de tutorias ficaram prontas quase no início das aulas, e ainda hoje, o laboratório de morfofuncional não tem a disponibilidade de atender adequadamente a semana padrão prevista na metodologia ativa por PBL por dividir o espaço com outros cursos, tendo o curso que se adaptar ao horário disponível. Seria necessário ainda, a atualização da infraestrutura institucional para as metodologias ativas, o que não inviabiliza o processo, mas facilitaria. Além destes aspectos institucionais, lidar com a transição de dois projetos é desafiador para a gestão do curso, pela disponibilidade de professores e pelos alunos do currículo antigo, quando reprovam. As repescagens para a primeira turma se estendem para depois do encerramento do módulo inicial, necessitando adaptação para integração destes alunos. Quanto ao corpo docente, houve poucos treinamentos, e há resistência a mudanças, sobretudo por parte do corpo docente efetivo que já tinha uma rotina própria de trabalho de longa data, e com um currículo integrado há exigência de atitudes interdisciplinares. Os monitores são formados em currículo disciplinar e precisam integrar-se a um novo currículo, sem vivencia-lo diretamente. No que concerne aos alunos, no início do curso precisam aprender uma cultura de estudo diferenciada. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Inúmeros são os desafios para a implantação de um projeto pedagógico inovador, que perpassam pela estrutura da própria universidade, gestão, corpo docente monitores e alunos. De uma forma geral, percebe-se a necessidade da mudança ocorrer, de transpor estes desafios. Isso vem ocorrendo aos poucos, na prática do dia-a-dia, o que tem surpreendido positivamente, sobretudo pela mudança de cultura dos envolvidos no processo que com certeza contribuirá para a formação de profissionais de excelência para o desenvolvimento da sociedade.