PERCEPÇÃO DOS ACADÊMICOS DE FISIOTERAPIA NA CONSTRUÇÃO DE UM INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO COM BASE NA CIF: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores

  • José Pablo Gonçalves de Queiroz UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA - UFPB
  • João Aragão Filho UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA - UFPB
  • Robson da Fonseca Neves UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA - UFPB

Resumo

INTRODUÇÃO: A Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF), criada em 2001 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), caracteriza-se por abordagem ampla de linguagem padronizada, que incorpora os componentes de saúde nos níveis corporais e sociais. Assim, na sua avaliação o modelo evolui do biomédico (diagnóstico etiológico da disfunção), incorporando três dimensões: biológica, psicológica e social. De modo que cada nível age e sofre ação dos demais, e todos são influenciados por fatores ambientais. ƒ possível compreender que é um instrumento eficaz na descrição da saúde e dos seus estados, em contrapartida, é notório alto grau de complexibilidade no manejo e interpretação, o que provavelmente propicia o afastamento e não uso pelos profissionais da saúde. Logo, a narrativa tem como objetivo discorrer acerca de uma experiência sobre a construção de um instrumento de avaliação baseado na CIF. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: Trata-se do relato de acadêmicos realizado a partir da experiência durante sete encontros da disciplina de Fisioterapia na Saúde do Trabalhador, no sexto período de Fisioterapia da Universidade Federal da Paraíba, no desenvolvimento de seis instrumentos de avaliação baseado na CIF, elaborados um por grupo, por meio de atividades processuais elaboradas e dirigidas pelo docente. Sendo elas fragmentadas em etapas, com metas a serem cumpridas. Dentre elas, destacam-se: estudo do caso clínico, cujo objetivo foi compreender acerca do conceito, fatores etiológicos e aspectos fisiopatológicos de patologias com nexo no trabalho (Fibromatose Palmar, Neuropatia do Poplíteo Lateral, Estresse Pós-traumático, Cor Pumonale, Queimadura Solar, Cistite Aguda); em seguida foi usado o checklist da CIF para a seleção de códigos de segundo nível relacionados á patologia; e adotamos da versão completa da CIF para substituir os códigos de segundo por terceiro e quarto níveis (processos de seleção realizados em três momentos distintos, sob consenso dos participantes); logo após, elaborou-se um questionário baseado nestes domínios escolhidos, cujas perguntas serviam para facilitar o processo de aplicação da CIF, já que traduziam os códigos de seus componentes (estrutura, função, atividade e participação, e fatores ambientais), além disso, nas situações pertinentes usou-se exames e testes complementares, os quais ajudariam a avaliar com melhor qualidade. Na aplicação simulada do instrumento, um integrante de cada grupo dramatizou a condição clínica de outro grupo, com intuito de reproduzir a aplicação prática do instrumento. Por fim, exposição e discussão. IMPACTOS: A construção do instrumento se mostrou importante pois os discentes tiveram a oportunidade de assimilar o conteúdo, muitas vezes enfadonho, de maneira crítica, simples e altamente didática. Também desenvolveu-se uma forma de manejar a CIF, que a transformou em uma ferramenta palpável na investigação e avaliação cinético-funcionais, bem como norteamento para conduta, tornando o instrumento viável para o profissional fisioterapeuta, independente do campo de atuação. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Neste contexto, é possível concluir que a experiência nos remeteu a uma abordagem metodológica eficaz na aquisição de um conhecimento duradouro, significativo e principalmente de encorajamento do protagonismo discente diante do seu aprendizado, que por sua vez, contribuiu na formação de um profissional empoderado das ferramentas de sua profissão e, portanto, de melhor qualidade.