TIPOS E CARACTERÍSTICAS DOS EXERCÍCIOS PARA O TRATAMENTO DA ARTRITE REUMATÓIDE: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA E AVALIAÇÃO DA QUALIDADE METODOLÓGICA DAS PUBLICAÇÕES

Autores

  • Raíssa Olegário Aguiar Pavesi UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO - UFES
  • Luana Oliveira Alves Campos UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO - UFES
  • Augusto Boening UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO - UFES
  • Fernanda Moura Vargas Dias UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO - UFES

Resumo

Introdução: A artrite reumatoide (AR) é uma doença reumática autoimune que acomete principalmente as articulações periféricas, gerando deformidades articulares incapacitantes. Entre os pacientes com diagnóstico de AR, 20-30% têm capacidade aeróbica reduzida e consequente redução dos índices de força e massa muscular pela dor, fadiga e limitação funcional das articulações. Evidências indicam que o exercício físico nesses pacientes reduz a fadiga, melhora a aptidão respiratória, assim como a função física e o bem estar psicológico. Contudo, ainda não existe consenso quanto ao melhor tipo de exercício, bem como sua intensidade, frequência e duração para o tratamento de pacientes com AR. Objetivo: Identificar e caracterizar os exercícios utilizados para o tratamento da AR. Metodologia: Trata-se de uma revisão sistemática da literatura e avaliação da qualidade metodológica dos estudos publicados, realizada de novembro a dezembro de 2017. Utilizaram-se os descritores activity e arthritis rheumatoid, exercise movement techniques e arthritis rheumatoid, exercise therapy e arthritis rheumatoid, respiratory exercise e arthritis rheumatoid, exercise e arthritis rheumatoid, exercício e artrite reumatoide, terapia por exercício e artrite reumatoide. Foram rastreados artigos que tivessem os descritores presentes no título dos artigos publicados entre os anos de 2013 a 2017, nas bases de dados eletrônicas MEDLINE e PUBMED. Adotaram-se como critérios de inclusão, o tipo de estudo ser ensaio clínico controlado ou estudo de coorte, na língua inglesa ou portuguesa e o objetivo da intervenção ser o tratamento da AR em adultos. O critério de exclusão foi tratar-se de intervenção cirúrgica ou farmacológica. A escolha dos artigos foi realizada por dois revisores independentes. Inicialmente a seleção foi realizada pelo título e resumo, após os estudos foram lidos na íntegra e aqueles que não estivessem dentro dos critérios estabelecidos foram excluídos. A qualidade metodológica dos estudos selecionados foi avaliada pela escala PEDro. Resultados: Ao todo foram encontrados 280 estudos, destes 10 foram selecionados. A metade dos artigos apresentaram escores ? 5 na escala PEDro, portanto sendo considerados de alta qualidade (Concordância entre avaliadores foi boa, coeficiente Kendall= 0,98, p = 0,03). Dentre os tipos de exercícios encontrados citam-se os de fortalecimento, alongamento, ativos, aeróbicos, funcionais e de força de preensão manual. Em relação à intensidade foram encontrados exercícios de baixa, moderada, alta e muito alta intensidade. As frequências de exercícios encontradas variam de uma, duas a cinco vezes por semana. Em relação à duração, 60% dos estudos foram desenvolvidos em tempo igual ou superior ao de oito semanas. Conclusão: Os programas de incentivo a atividade física através de envio de mensagens de texto, exercícios de fortalecimento e alongamento, exercícios ativos e de cinesioterapia associados a outras técnicas fisioterapêuticas, exercícios funcionais, como também exercícios de força de preensão manual contribuem para a melhora das disfunções consequentes da AR. Os exercícios de baixa, moderada e alta intensidade obtiveram desfechos significativos. Frequência de duas a cinco vezes por semana proporcionam melhores resultados. Ressalta-se ainda que as intervenções com duração maior ou igual a oito semanas são mais eficazes.