O FISIOTERAPEUTA COMO ATOR SOCIAL E MULTIPROFISSIONAL NO CONTEXTO DA SAÚDE COLETIVA E NA ATENÇÃO PRIMÁRIA A SAÚDE: RELATO DA RESIDÊNCIA EM SAÚDE DA FAMÍLIA

Autores

  • Ahyas Sydcley Santos Alves UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CIÊNCIA DA SAÚDE DE ALAGOAS
  • Ana Raquel de Carvalho Mourão UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CIÊNCIA DA SAÚDE DE ALAGOAS
  • Vinícius Ramon da Silva Santos UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CIÊNCIA DA SAÚDE DE ALAGOAS
  • Marylia Santos Pereira UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CIÊNCIA DA SAÚDE DE ALAGOAS
  • Maria Jasmine Gomes da Silva UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CIÊNCIA DA SAÚDE DE ALAGOAS

Resumo

Introdução: O Sistema Único de Saúde mudou o conceito de saúde para uma visão biopsicossocial. Nesse contexto, o Fisioterapeuta adquiriu crescente expansão nos serviços de Atenção Primária à Saúde (APS), desmistificando sua atuação apenas reabilitadora. Porém, ainda é desafiante sua atuação como ator social e multiprofissional (olhar e atuação ampliados biopsicossocialmente da saúde), seja pelos passos lentos na formação acadêmica ou pelas muitas dúvidas do seu papel para população ou o meio científico, visto escassa literatura, e, sua inserção nas residências multiprofissionais vem para alterar esse contexto. Descrição: Este relato justifica-se na apresentação da vivência em serviços de saúde, território e comunidade do Fisioterapeuta na Residência Multiprofissional em Saúde da Família e sua importância para formação como ator social e multiprofissional na APS no contexto da Saúde Coletiva (SC), de forma descritiva e observacional, num bairro na cidade de Maceió-Alagoas, no período de março a maio de 2018. Impactos: A Fisioterapia é uma Ciência que estuda, diagnostica, previne e recupera pacientes com distúrbios cinéticos funcionais nas condições psico-físico-social. Entretanto, a partir da vivência apresentada, verificou-se que uma parcela dos Fisioterapeutas, contraditoriamente, ainda tendem a ver os problemas de saúde solucionados apenas pelo setor saúde, com lógica curativista e valorização excessiva da doença, limitando seu lugar social. A partir do vivenciado na realidade da residência do Fisioterapeuta na APS e SC, resultou-se vários questionamentos e inquietações acerca de sua atuação, que seguem: o que se aprende sobre ser Fisioterapeuta na APS e SC? O que a Universidade, as técnicas, os cursos não ensinam sobre o papel social do Fisioterapeuta? Constatou-se, que: o Fisioterapeuta como profissional de saúde, deve ser aquele que cuida de gente, não apenas se especialize em lesão ou em joelho, mas especialista em gente; Como ator social e multiprofissional, deve refletir nas diversas casualidades e determinantes sociais no processo saúde-doença e todas as interseccionalidade atravessantes, seja gênero, etnia, a renda, a religião; O Fisioterapeuta vive e faz parte atuante de uma sociedade sendo acima de tudo uma profissão social; É preciso ler, aprender, refletir e sair da caixa do desconhecimento, e reconhecer o/a usuário/paciente/comunidade como o maior detentor (a) do conhecimento sobre sua saúde; Se faz necessário que o Fisioterapeuta reconheça que o paciente/usuário tem pulmão e também tem sentimentos, tem ossos e também tem família, tem músculos e também pode ser bissexual e que o cuidar Fisioterapêutico vai além, vai do acolher ao fazer um exercício, de fazer uma técnica de reexpansão ao criar vínculos, do levantar halteres ao escutar; Os contextos mudam, pessoas mudam, opiniões mudam, saúde muda, ciências mudam e a Fisioterapia também muda. Considerações: Considera-se que a participação do residente Fisioterapeuta na APS e SC, é essencial, tendo em vista que o mesmo se encontra habilitado para desenvolver cuidados em promoção, prevenção, educação em saúde e transformação social, sem perder a sua relevância na reabilitação, e que essa atuação impacta grandemente na sua profissionalização, pensamento social, capacitação e humanização.