ANÁLISE DOS SINTOMAS OSTEOMUSCULARES UTILIZANDO O QUESTIONÁRIO NORDICO EM TRABALHADORES RIBEIRINHOS DO MUNICÍPIO DE PARINTINS - AM, BRASIL

Autores

  • Deborah Santos Ferreira Moraes Centro Universitário de Anápolis - UNIEVANGELICA
  • Elisangela Schimitt Mendes Moreira Centro Universitário de Anápolis - UNIEVANGELICA
  • Fabiane Alves de Carvalho Ribeiro Centro Universitário de Anápolis - UNIEVANGELICA
  • Fábio Fernandes Rodrigues Centro Universitário de Anápolis - UNIEVANGELICA
  • Joyce Cristina de Morais Caixeta Centro Universitário de Anápolis - UNIEVANGELICA
  • Rúbia Mariano da Silva Centro Universitário de Anápolis - UNIEVANGELICA
  • Viviane Lemos Silva Fernandes Centro Universitário de Anápolis - UNIEVANGELICA

Resumo

INTRODUÇÃO: A posição geográfica associada às constantes enchentes contribui para que a principal fonte de renda da população ribeirinha da região do Amazonas – AM, sejam a pesca e a produção da farinha. Ambas as atividades laborais favorecem o aparecimento de distúrbios osteomusculares, como as queixas álgicas na coluna, pernas, além das cãibras que podem ser consequência do excessivo trabalho braçal (PROSENEWICZ & LIPPI, 2012). OBJETIVOS: Analisar os sintomas osteomusculares de trabalhadores ribeirinhos do Município de Parintins - AM, através do Questionário Nórdico de Sintomas Osteomusculares. METODOLOGIA: No mês de maio de 2013, uma equipe multiprofissional de saúde visitaram duas comunidades Ribeirinhas, a Mocambo e a Sabina, ambas localizadas na região ribeirinha do Rio Amazonas. Nos moradores dessas comunidades foi aplicado o Questionário Nórdico de Sintomas Osteomusculares - QNSO. O instrumento consiste em escolhas múltiplas ou binárias quanto à ocorrência de sintomas nas diversas regiões anatômicas nas quais são mais comuns. O respondente deve relatar a ocorrência dos sintomas considerando os 12 meses e os sete dias precedentes à entrevista (PINHEIRO, TRÓCCOLI & CARVALHO, 2002). RESULTADOS: Foram visitadas duas comunidades e 44 indivíduos responderam ao QNSO, sendo 59% do sexo feminino e 41% do sexo masculino. A média de idade foi de 32,61 ± 16,1 anos. A principal ocupação dos entrevistados, 43%, eram agricultores (pesca), seguido de 34% de mulheres que exerciam funções braçais no próprio lar (produção de farinha), sendo os 23% restantes, trabalhadores em diferentes funções como, pedreiro, merendeira, técnico de enfermagem, entre outras. Ao serem questionados a respeito dos sintomas osteomusculares através do QNSO 39% dos indivíduos relataram dor durante os últimos 12 meses em dois segmentos do corpo, 16% em cinco segmentos corporais, 12% em um segmento, 11% em três e seis segmentos corporais, respectivamente, 7% em quatro, e 2% em sete ou nenhum segmento corporal. Quando questionados ao local da dor, 66% apresentaram dor na região cervical, 34% nos ombros, 9% no cotovelo, 14% nos punhos e mãos, 16% na coluna dorsal, 80% na coluna lombar, 25% no quadril, 48% nas pernas e 20% nos tornozelos. Quanto à intensidade da dor conforme o QNSO, a grande maioria, 58% relataram dor grau 3, 19% classificaram a dor com intensidade 4, 14% com intensidade 2 e somente 9% relataram a dor com intensidade 1. CONCLUSÃO: Os resultados obtidos com a aplicação do QNSO indicaram a ocorrência de sintomas osteomusculares na maioria dos trabalhadores das duas comunidades visitadas, sendo estes, a grande maioria, ainda na faixa etária adulto jovem, o que traduz uma sobrecarga desses segmentos corporais, além de posturas inadequadas na realização de suas atividades laborais, seja na pesca ou em trabalhos manuais realizados por mulheres. Os resultados são relevantes e indicam a necessidades de novos estudos com esta população e de intervenções com o objetivo de minimizar os sintomas osteomusculares apresentados e permitirem a esta população realizar suas atividades de trabalho de forma mais saudável.