DISPONIBILIDADE PARA EDUCAÇÃO INTERPROFISSIONAL ENTRE ESTUDANTES DE DIFERENTES CICLOS DE OITO CURSOS DA SAÚDE

Autores

  • Guilherme Rodrigues Barbosa UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
  • Ricardo Aurelio Carvalho Sampaio UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
  • Simone Appenzeller UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

Resumo

Introdução: A Educação Interprofissional em Saúde (EIP) é uma estratégia potente para reorientação da formação profissional visando à integralidade no cuidado e a segurança na assistência aos usuários dos sistemas de saúde. Há um debate marcante na literatura internacional acerca do melhor momento para implementação da EIP no percurso de formação profissional, sendo que alguns autores apontam para o início da graduação, enquanto outros sinalizam o final ou até mesmo após a graduação. O campus estudado é composto por oito cursos da saúde, com atividades na rede de saúde desde o primeiro ciclo - sinônimo de ano letivo. Neste primeiro ciclo estudantes dos oito cursos estão mesclados, o que sinaliza uma potência para a EIP. A partir do segundo ciclo o estudante segue para atividades separadas por cada curso. A inquietação que motivou este estudo é se a disponibilidade e a atitude dos estudantes para a EIP apresentam diferenças significativas entre os ciclos. Objetivo: Avaliar a disponibilidade e a atitude dos estudantes de oito cursos da saúde de um campus universitário no nordeste do Brasil para a Educação Interprofissional, de acordo com os diferentes ciclos. Metodologia: Para avaliar a disponibilidade e a atitude dos estudantes foi utilizada uma escala traduzida e validada, a Readiness for Interprofessional Learning Scale (RIPLS), que foi aplicada por meio do formulário eletrônico google forms para os estudantes de graduação dos cursos de Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Medicina, Nutrição, Odontologia e Terapia Ocupacional entre outubro de 2017 e junho de 2018. Os dados foram analisados utilizando-se o programa SPSS 21.0. Foi utilizado o teste Kruskal-Wallis nas análises para verificar a diferença na pontuação dos fatores da RIPLS e na pontuação global em relação aos cursos e ciclos. A significância estatística foi definida como p<0.05. Resultado: A taxa de resposta foi de 30,85%, ou seja, dos 1640 estudantes matriculados, 506 participaram do estudo. Todos os oito cursos do campus foram representados, com as seguintes características: sexo masculino, n=136, mediana idade 21.0 [17.0 - 58.0] anos; feminino, n=370, mediana idade 21.0 [17.0 - 63.0] anos. Em relação à disponibilidade e atitude para a EIP por ciclo, considerando-se ciclo 1, 2, 3, 4, 5 e 6, descritos pela mediana do escore obtido na RIPLS por Fatores respectivamente Fator 1: 60.0; 60.0; 61.0; 61.0; 58.0 e 54.0; Fator 2: 20.0; 19.0; 20.0; 20.0; 19.0 e 22.0; Fator 3: 22.0; 22.0; 22.0; 22.0; 21.5; 22.0; Pontuação global: 102.0; 101.0; 101.0; 101.0; 99.0; 97.0. No que se refere à comparação dos fatores 1, 2 e 3, e pontuação global da RIPLS entre os diferentes ciclos de estudo, nenhuma diferença estatisticamente significativa entre os grupos foi encontrada. Conclusão: A hipótese era que nos ciclos seguintes ao primeiro a disponibilidade e a atitude dos estudantes seria pior, o que não foi confirmado por este estudo. Cogita-se que a experiência de trabalho entre estudantes de cursos diferentes no primeiro ciclo, tendo contato com alguns dos elementos da EIP, possa ter contribuído para a manutenção da disponibilidade e atitude favorável à EIP nos ciclos mais avançados.

Publicado

26-09-2019