REPERCUSSÕES DE UMA CAPACITAÇÃO SOBRE A CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL DE FUNCIONALIDADE, INCAPACIDADE E SAÚDE NA MODALIDADE EAD NA PRÁTICA DE ACADÊMICOS DE FISIOTERAPIA

Autores

  • Rafaella Stradiotto Bernardelli PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ; CONSELHO FEDERAL DE FISIOTERAPIA E TERAPIA OCUPACIONAL
  • Roberto Mattar Cepeda PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ; CONSELHO FEDERAL DE FISIOTERAPIA E TERAPIA OCUPACIONAL
  • Auristela Duarte de Lima Moser PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ; CONSELHO FEDERAL DE FISIOTERAPIA E TERAPIA OCUPACIONAL

Resumo

Introdução: A Organização Mundial da Saúde reconhece a Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF) como uma estrutura que descrever estados de saúde e funcionalidade com linguagem padronizada e recomenda seu uso como ferramenta estatística, clínica, de pesquisa e de políticas sociopedagógicas. No Brasil, o Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO) oferta, desde 2016, um curso de CIF na modalidade de Educação à Distância (EaD) com intuito de fornecer, gratuitamente, subsídios à educação permanente dos profissionais e acadêmicos sob sua jurisdição, de forma flexível e de grande abrangência territorial de modo que o conhecimento adquirido reflita na ampliação do uso da CIF na pratica profissional. No entanto, salienta-se que de acordo como a OMS, para que a CIF seja efetivamente incorporada à prática, é essencial que ela esteja inclusa de forma espiral nos currículos de graduação em saúde. Objetivo: Apresentar os relatos de acadêmicos de fisioterapia acerca da utilização da CIF após um curso disponibilizado na modalidade EaD. Metodologia: Estudo qualitativo aprovado pelo comitê de ética sob o parecer nº 2.080.451, realizado a partir do banco de dados das turmas de 2017 a 2019 do curso de CIF em EaD do COFFITO. Foi realizada análise de conteúdo das respostas de 29 acadêmicos de fisioterapia sobre contextos e formas de uso da CIF ou, quando foi o caso, sobre motivos do não uso na prática acadêmica após a finalização do curso, seguindo as orientações metodológicas de Minayo et al., 2012. A questão compunha o questionário eletrônico autoaplicável respondido pelos voluntários, em média um mês após o término do curso. Resultado: Emergiram relatos referentes a contextos e formas de uso da CIF na prática acadêmica de 22 respondentes, enquanto outros 7, que não a utilizavam-na, apresentaram motivos do não uso. A categoria estágio supervisionado" foi o contexto de uso da CIF mais citado, como predominante para fundamentar o registro de dados de avaliação, evolução e elaboração de estratégias interventivas. Emergiram categorias de contexto de "pesquisa", em que os acadêmicos relatam utilizá-la em seus trabalhos de conclusão de curso, e em "atividades práticas de aprendizagem", com relatos de classificação de casos clínicos com a CIF. Salienta-se que muitos responderam utilizarem-na em mais de um dos contextos apresentados. Em contrapartida, as respostas sobre motivos de não uso da CIF refletem, de maneira geral, a realidade de acadêmicos que não tem a CIF abordada na graduação, visto que o fato de ser acadêmico é apontado como motivo do não uso, relato este comumente acompanhado pela pretensão de utilizá-la quando formado. Conclusão: Após o curso a maioria dos acadêmicos relataram utilizar a CIF, como base para a avaliação durante os atendimentos no contexto do estágio supervisionado. Identificou-se ainda que além de capacitações abrangentes, como o ofertado pelo COFFITO, necessita-se da inserção da CIF de modo transversal na graduação, começando pela sensibilização dos docentes e sua adoção como eixo nas disciplinas, promovendo a disseminação do modo CIF de expressar a funcionalidade, criando assim, facilitadores para a aplicação do seu modelo pelos futuros profissionais.

Publicado

26-09-2019