AVALIAÇÃO DA DOR, PROPRIOCEPÇÃO E FUNCIONALIDADE EM MULHERES MASTECTOMIZADAS

Autores

  • Hedioneia Maria Foletto Pivetta Universidade Federal de Santa Maria - UFSM
  • Débora Sanfelice Zanon Universidade Federal de Santa Maria - UFSM
  • Melissa Medeiros Braz Universidade Federal de Santa Maria - UFSM

Resumo

INTRODUÇÃO: O câncer de mama vem aumentando cada vez mais sua incidência, convertendo-se em um evidente problema de saúde pública mundial. Entre as técnicas de tratamento cirúrgico destaca-se a mastectomia radical modificada, que está associada ao aparecimento de diversas alterações funcionais, como a dor e a alteração na sensibilidade. Estas alterações são comuns e podem resultar em um estado de tensão miofascial, implicando em diminuição na qualidade do movimento, que está diretamente relacionado à propriocepção. Nesse âmbito, a massagem miofascial mostra-se como um recurso em potencial, pois tem como benefícios o relaxamento, a diminuição da dor e aumento da ADM. OBJETIVOS: Avaliar a dor, propriocepção e funcionalidade de mulheres pós-mastectomia radical modificada unilateral. METODOLOGIA: Pesquisa descritiva transversal aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Instituição responsável, sob protocolo nº 512.084. A população do estudo foram mulheres pós-cirurgia de câncer de mama com idade entre 40 e 82 anos. Foram realizadas as seguintes avaliações: a) questionário sociodemográfico; b) questionário Disabilities of the Arm, Shoulder and Hand (DASH), para avaliação da funcionalidade do ombro. Este consta de 30 questões autoaplicáveis e dois módulos opcionais; o estudo utilizou as 30 primeiras questões mais o módulo opcional referente às atividades de trabalho (incluindo tarefas domésticas); c)Escala Analógica Visual (EVA) para avaliar a dor; e d) cinesiômetro para avaliação da propriocepção; equipamento que mensura a propriocepção, conforme o protocolo de Paixão (1981). A pontuação é o erro, quantos graus faltaram ou excederam o ponto exato do ângulo determinado. A análise foi descritiva simples e os resultados apresentados com média e desvio Padrão. RESULTADOS: A amostra foi constituída de 20 mulheres, com média de idade de 58,95±10,50 anos. O tempo pós operatório foi 73,75±107,25 meses. Das 20 mulheres que participaram da pesquisa apenas 12 tinham dor tendo como média 3,33±2,60. O escore total do DASH foi de 24,16± 21,10. O valor para o primeiro domínio do DASH que avalia atividades de vida diária foi de 22,73±21,10 e a média para o terceiro domínio que avalia atividades de trabalho foi de 25,60±22,28. Em relação a propriocepção a média do erro absoluto das angulações foi de 14,89±10,11 graus. CONCLUSÃO: Pode-se inferir que mulheres submetidas a cirurgia para o tratamento do câncer de mama apresentam alterações na funcionalidade e na propriocepção, possivelmente pelas modificações provocadas pelo procedimento cirúrgico como fibrose tecidual, aderência cicatricial e a própria extirpação da mama e tecidos adjacentes. A dor esteve presente em 60% da amostra, o que pode ser explicado pelo tempo pós-operatório. Não se encontrou estudos semelhantes para discussão mais aprofundada dos resultados encontrados. Ao compararmos com estudos já realizados com outras amostras a propriocepção foi baixa/pouca propriocepção, isso pode se dar por causa da cirurgia e do tratamento complementar que acaba retirando/ prejudicando os mecanoceptores encontrados na pele, estruturas musculoesqueléticas, pois são eles os que auxiliam na execução do movimento e é uma importante fonte de informação sensorial que dá ao individuo noção sobre as posições e sensações, que é a propriocepção.