LEVANTAMENTO DAS CONDIÇÕES DE VIDA DA POPULAÇÃO IDOSA RESTRITA AO DOMICÍLIO DA ÁREA DE ABRANGÊNCIA DE UMA UNIDADE DE ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

Autores

  • Marcos Souza Freitas UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA
  • Maria Alice Junqueira Caldas UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA
  • Amanda Novaes Vieira UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA
  • Ariane Aparecida A Barros UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA
  • Elaine Regina P Carvalho UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA
  • Jordania Lindolfo Almas UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA
  • Lin Carvalho S Reis UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA

Resumo

INTRODUÇÃO: O envelhecimento populacional é um dos maiores desafios da Saúde Pública; acontece de forma rápida, sem tempo para uma reorganização social adequada para atender as demandas emergentes. Neste sentido, torna-se tão importante conhecer detalhadamente a comunidade idosa e a região, suas condições socioeconômicas, de saúde, culturais e condições de infraestrutura. O que poderá contribuir na elaboração de políticas, programas e ações que atendam as suas especificidades. OBJETIVOS: Realizar um levantamento destas condições da população, proporcionando um maior entendimento sobre as necessidades das famílias e dos usuários restritos ao domicílio e ações contextualizadas com a realidade social, numa área de abrangência de uma Unidade Básica de Saúde, na qual integra duas equipes da Estratégia de Saúde da Família, com um total de 7.925 pessoas. METODOLOGIA: Baseado em análises quantitativas e qualitativas, consistiu em: 1)Levantamento pelos Agentes Comunitários de Saúde dos idosos restritos ao domicílio, através de um pré questionário que identificasse causas e tempo da restrição, idade, família e presença de cuidador; 2)Aplicação de um questionário pelos pesquisadores, que registrou as condições socioeconômicas, a capacidade funcional, de saúde e condições de infraestrutura dos idosos pré selecionados; 3)Análise dos dados de forma qualitativa e quantitativa (através do programa SPSS), apresentação dos resultados e elaboração de diagnósticos e propostas de intervenção com a equipe da UAPS. RESULTADOS: A pesquisa revelou que o total de idosos na área de abrangência são de 1150, sendo 75 restritos ao domicílio (6,7%). A maior parte desses idosos são mulheres, viúvas, recebem benefícios, tem idade entre 80 e 99 anos, não acamados, mas restritos, e estão nesta condição de 6 a 9 anos. Os motivos principais da restrição são os distúrbios osteomusculares (23), Alzheimer (14), AVC (11), seguidos de perda de visão, amputação e pela idade. Quanto menos acometimento o idoso apresenta mais positiva é sua percepção de saúde. A maioria apresenta problemas cardiovasculares e dores articulares. A composição familiar da maioria dos idosos é formado por filhos, genros/noras e netos. A maioria mora em casa própria, alfabetizadas, tem cuidadores familiares e são brancos. Há uma minoria morando sozinho e sem cuidador. Em questão à espiritualidade, somente três idosos relatam não ter religião, sendo a maior parte católico, seguido por evangélico. CONCLUSÃO: É possível perceber a importância do conhecimento do perfil dos idosos, para melhor planejamento das ações. Já foi realizada uma primeira apresentação desses dados para as equipes de saúde, causando surpresa algumas informações. A etapa em andamento está sendo a categorização, de acordo com o estado de vulnerabilidade, destes idosos, com a finalidade de criar ações, individuais e coletivas, por meio de intervenções intersetoriais e multidisciplinares (em especial da fisioterapia) para melhorar a qualidade de vida desta população restrita em conjunto com a UAPS.