PERFIL DOS PARTICIPANTES DO HIPERDIA DE UMA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA E ANÁLISE DO NÍVEL DE CONHECIMENTO SOBRE O MEDICAMENTO POR ELES UTILIZADOS

Autores

  • Nathália Serafim da Silva FCT UNESP PRESIDENTE PRUDENTE
  • Ana Lúcia de Jesus Almeida FCT UNESP PRESIDENTE PRUDENTE
  • Viviane de Freitas Cardoso FCT UNESP PRESIDENTE PRUDENTE
  • Cristina Senson Pinto de Andrade FCT UNESP PRESIDENTE PRUDENTE
  • Marina Cabral Waiteman FCT UNESP PRESIDENTE PRUDENTE
  • Patricia Mayumi Takamoto FCT UNESP PRESIDENTE PRUDENTE
  • Daiane de Oliveira Portella FCT UNESP PRESIDENTE PRUDENTE

Resumo

INTRODUÇÃO: O aumento das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) resultante do envelhecimento da população estimulou a elaboração, pelo Ministério da Saúde, do Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento de Doenças Crônicas Não Transmissíveis no Brasil. Neste plano, há grande preocupação com a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) que é a mais prevalente causa de DCNT e a Diabetes Mellitus (DM). Para enfrenta-las, uma das estratégias é o Programa Nacional de Hipertensão e Diabetes Mellitus – HiperDia, implantado no ano de 2002 para o controle dessas doenças através do cadastramento e acompanhamento dos pacientes com diagnóstico, que recebem informações sobre a doença, tem acesso a medicamentos gratuitamente e acompanhamento médico. OBJETIVOS: Analisar o perfil clínico e sociodemográfico de participantes do programa HiperDia de uma Estratégia de Saúde da Família (ESF) e o nível de conhecimento sobre os medicamentos por eles utilizados. METODOLOGIA: O trabalho foi realizado com 61 usuários de uma ESF. Foi elaborado um questionário para abordar o perfil clínico e sociodemográfico dos indivíduos contendo dados pessoais e hábitos de vida. Para classificar o nível de conhecimento sobre os medicamentos em uso foi elaborada uma tabela na qual o entrevistador identificou se o entrevistado conhece e lembra a posologia e o efeito de cada medicamento. As categorias foram: 1) Lembrou sem consultar; 2) Consultou a receita e/ou buscou remédio; 3) Perguntou a alguém ou 4) Não lembrou. RESULTADOS: A maioria dos participantes era do sexo feminino (80%), com idade média de 69,31±9,54 anos; em relação ao estado civil 54% eram casados, 36% viúvos, 5% solteiros, 5% separados. Em relação aos familiares que moram com o entrevistado a média de moradores na casa 2,59±1,62. Em relação aos anos de estudo a média foi de 4,3±3,2. Desses indivíduos 56% apresentam as duas patologias, 41% eram apenas hipertensos e 3% diabéticos. Em relação aos hábitos de vida, 4,91% dos indivíduos eram fumantes ativos e 21% ex-fumantes; 13% indivíduos faziam uso regular de bebidas alcoólicas e 11% já fizeram uso; 23% dos indivíduos seguem dieta recomendada pelo médico/nutricionista e 36% indivíduos praticam atividades físicas, sendo a maioria do sexo masculino (42% homens, 35% mulheres) com uma média de frequência de 4 vezes/semana. Quanto à classificação da memória do individuo em relação aos medicamentos foi observado que dos 61 pacientes entrevistados 12% lembrou sem consultar, 74% consultou a receita/buscou o remédio, 11% perguntou a alguém, 4% não lembra. CONCLUSÃO: Neste estudo mulheres demostraram aderir mais ao tratamento e menos à atividade física. A maioria dos pacientes (75%) necessitou consultar a receita ou buscar a caixa para relatar qual medicação estava usando, podendo-se inferir que há pouco conhecimento sobre o medicamento. Esse comportamento pode estar relacionado ao baixo nível de instrução (média de 4,3 anos de estudo) e com a idade avançada (média de 69,3 anos de idade), mostrando a necessidade da ESF construir oportunidades que facilitem essa memória.