PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE ADULTOS COM DOENÇAS OSTEOMUSCULARES ENCAMINHADOS A UM SETOR DE ESTÁGIO EM FISIOTERAPIA ORGANIZADO JUNTO A UMA ESF

Autores

  • Renilton José Pizzol UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA JÚLIO DE MESQUITA FILHO - UNESP
  • Ana Lúcia de Jesus Almeida UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA JÚLIO DE MESQUITA FILHO - UNESP
  • Viviane de Freitas Cardoso UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA JÚLIO DE MESQUITA FILHO - UNESP

Resumo

INTRODUÇÃO: O campo da Saúde Coletiva tem sido mais diretamente explorado pelos Cursos de Graduação em Fisioterapia por meio de seus Estágios Supervisionados. A elaboração de um arcabouço teórico associada com a implantação de um local para o desenvolvimento das práticas acadêmicas em ambientes da Atenção Primária à Saúde (APS) possibilita a discussão sobre a organização do sistema de saúde e o desenvolvimento de instrumentos de investigação do perfil epidemiológico da comunidade atendida que são aspectos considerados essenciais para a reestruturação da formação acadêmica na direção da consolidação da prática fisioterapêutica em Saúde Coletiva. OBJETIVOS: Objetivo. Estabelecer um perfil epidemiológico de adultos com doenças osteomusculares encaminhados a um Setor de Estágio de Fisioterapia organizado junto a uma ESF de Presidente Prudente-SP. METODOLOGIA: Foi elaborada uma Ficha de Saúde Coletiva que foi aplicada pelos estagiários em 34 indivíduos e que continha os itens: a. Identificação (nome, sexo, idade, cor, tipo de ocupação, peso, altura, IMC); b. Aspectos da Moradia (número de moradores e infraestrutura); c. Hábitos (Tabagismo, Alcoolismo, Prática de Exercícios); d. Doenças presentes. RESULTADOS: Resultados. O estudo do perfil epidemiológico dos 34 indivíduos gerou os seguintes dados: 61.8% eram do sexo feminino e 38.2% do sexo masculino; média de idade geral: 49.8 ± 14.6 anos; das mulheres: 54.2 ± 13.5 anos; dos homens: 42.6 ± 14 anos; cor: 38.2% eram brancos, 32.4% pardos, 20.6% eram pretos e outros 8.8%; anos de estudo: 7.1% com nenhum ano, 57.1% menos de oito, 14.4% oito, 10.7% menos de onze, 7.1% onze e 3.6% acima de onze; ocupação: todos faziam trabalho braçal (empregadas domésticas, pedreiros, serviços domésticos, lavradores como as profissões mais comuns); IMC: 14.3% peso normal, 50% sobrepeso e 35,7% obesidade. Quanto aos hábitos: 35.5% eram fumantes, 51.5% não fumantes e 9% ex-fumantes; 73.3% não praticavam atividade física regular enquanto 26.7% praticavam. As doenças associadas mais frequentes foram os transtornos mentais (em 47,1% dos indivíduos) e a hipertensão primária (em 35.3%). Em relação aos diagnósticos osteomusculares: 41.2% dos indivíduos apresentaram algum tipo de lesão na coluna vertebral, 26.5% de lesão no ombro, 14.7% sofreram fraturas, 8.8% de lesão no joelho; 5.9% apresentaram síndrome do túnel do carpo e 2.9% se submeteram à artrodese de coluna vertebral. CONCLUSÃO: A elaboração e aplicação um instrumento de natureza epidemiológico no ambiente do Estágio permitiu identificar características de indivíduos com doenças osteomusculares que apontam para um perfil de vulnerabilidade social, de riscos à saúde e de relação causal entre os problemas de saúde e a natureza das profissões. Da perspectiva acadêmica esta caracterização possibilita adquirir conhecimento sobre a distribuição das doenças e os seus fatores de risco e contribui para a formação acadêmica ampliando o entendimento do processo saúde-doença que é fundamental na reorientação da prática profissional para a Fisioterapia Coletiva.