PRÓ-SAÚDE/PET-SAÚDE NO CURSO DE FISIOTERAPIA EM DUAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR DO ESTADO DE SANTA CATARINA

Autores

  • Marcia Regina da Silva UNIVERSIDADE COMUNITÁRIA DA REGIÃO DE CHAPECÓ - UNOCHAPECO
  • Fátima Ferretti UNIVERSIDADE COMUNITÁRIA DA REGIÃO DE CHAPECÓ - UNOCHAPECO
  • Norberto da Cunha Garin UNIVERSIDADE COMUNITÁRIA DA REGIÃO DE CHAPECÓ - UNOCHAPECO
  • Edgar Zanini Timm UNIVERSIDADE COMUNITÁRIA DA REGIÃO DE CHAPECÓ - UNOCHAPECO

Resumo

INTRODUÇÃO: A Fisioterapia tem buscado superar a atuação centrada no nível terciário e tem se inserido de forma mais efetiva na atenção primária em saúde, a partir de estratégias e dispositivos implantados pelos Ministérios da Saúde e da Educação que visam reorganizar e incentivar esse trabalho. Destaque para os programas Pró-Saúde e Pet-Saúde. Desde a implantação destes programas e a participação do curso de Fisioterapia, a partir do ano de 2007, poucos estudos foram realizados com o intuito de verificar como as atividades vinculadas a estes dispositivos são organizadas durante a formação profissional. OBJETIVOS: Descrever a organização de atividades do Pró-Saúde/Pet-Saúde nos cursos de Fisioterapia de duas Instituições de Ensino Superior (IES) do estado de Santa Catarina (SC), a partir do olhar de gestores, professores e estudantes. METODOLOGIA: Pesquisa qualitativa em duas IES de SC que estivessem participando dos programas Pró-Saúde/Pet Saúde. Fizeram parte da pesquisa dois coordenadores de curso, dois professores articuladores dos programas e treze estudantes bolsistas do Pró-Saúde/Pet-Saúde (seis de uma instituição e sete de outra). Utilizou-se entrevista semiestruturada, aplicada individualmente aos coordenadores de curso e professores vinculados às atividades dos programas, além de entrevista por meio de grupo focal aos estudantes bolsistas de ambas as IES. As questões norteadoras da entrevista foram referentes ao Pró-Saúde/Pet-Saúde e sua organização. Os dados foram submetidos à análise de conteúdo de acordo com Minayo. RESULTADOS: Emergiram três categorias analíticas sobre a forma que as ações/atividades eram organizadas nos referidos cursos, segundo opinião dos diferentes atores sociais: 1) Vivências interdisciplinares e conhecimento da realidade de saúde; 2) Ações vinculadas às disciplinas de Saúde Pública; 3) Planejamento do Núcleo Docente Estruturante (NDE) para articulação das disciplinas com os programas. A maioria das ações teórico-práticas realizadas pelos cursos estão vinculadas às disciplinas de Saúde Pública/Promoção da Saúde e promoveram a diversificação dos cenários de práticas nos cursos analisados. Perceberam-se diferenças entre as IES. Uma desenvolve um número maior de projetos e ações interdisciplinares que envolvem diferentes cursos, com participação de maior número de estudantes, independente de ser bolsista ou não do Pró-Saúde/Pet-Saúde, já a outra instituição organiza suas atividades a partir de componentes curriculares isolados, sem articulação com os demais cursos da área da saúde, exceto nas atividades que são desenvolvidas pelos grupos de estudantes do Pet-Saúde. CONCLUSÃO: Considerações finais: O acesso das IES a programas como Pró-Saúde e Pet-Saúde tem promovido mudanças significativas no modo como cada curso organiza suas práticas e o processo pedagógico. Embora com distintas realidades, a participação dos cursos de Fisioterapia junto a esses dispositivos tem se configurado como uma estratégia de fomento para reorganização da formação profissional, no sentido de desenvolver competências e habilidades para o fisioterapeuta atuar na atenção básica, em equipes interdisciplinares, comprometido com o Sistema Único de Saúde e seus princípios.