EDUCAÇÃO EM SAÚDE E CORPO COLETIVO: CRIANÇAS E POSTURAS EM JOGO

Autores

  • Thatiane Lopes Valentim Di Paschoale Ostolin Universidade Federal de São Paulo – Campus Baixada.
  • Vinícius Demarchi Silva Terra Universidade Federal de São Paulo – Campus Baixada.
  • Fernanda Flávia Cockell Universidade Federal de São Paulo – Campus Baixada.

Resumo

INTRODUÇÃO: A atenção à saúde da criança demanda a articulação de saberes diversificados, considerando-se a multiplicidade de fatores relacionados ao contexto no qual se encontram inseridas. A prevalência de dores musculoesqueléticas na infância e adolescência tem se elevado, destacando-se lombalgia e dores em nuca e pés. A postura é uma expressão do corpo que construímos socialmente a partir aspetos psicomotores, funcionais, culturais e ambientais. O brincar se apresenta como expressão da própria cultura infantil, podendo ser tratado na escola na perspectiva de construção de saúde. A parceria entre profissionais da saúde e educação favorece as ações de caráter preventivo e a detecção precoce de alterações posturais através do estímulo à exploração do corpo e a mudanças de posturas ao longo do tempo, evitando sobrecargas posturais desnecessárias. A educação postural se direciona no sentido da orientação de posturas corporais que permitam a movimentação com segurança gestual. A experiência do corpo pelo movimento possibilita problematizar os riscos oferecidos à coluna vertebral e dispor ferramentas para o autocuidado e gerenciamento da saúde postural. O programa visa promover a educação postural segundo o brincar das participantes, possibilitando a adoção de hábitos posturais mais favoráveis à saúde e maior atenção ao cuidado com a postura através do movimento, toque e reconhecimento do próprio corpo. OBJETIVOS: Investigar metodologias de Educação Postural voltadas para crianças baseadas nos conceitos saúde coletiva, através da elaboração e implementação de um programa de educação postural com crianças em fase escolar de 5 a 9 anos a partir do brincar e seus espaços-tempo na comunidade do Morro Nova Cintra, em Santos. METODOLOGIA: O estudo é descritivo interpretativo de natureza qualitativa de amostragem por saturação qualitativa, executado com caráter de pesquisa-ação. O Programa "Crianças e Posturas em Jogo" consiste em 10 encontros de práticas corporais de 30 a 45 minutos, divididos em: Ação, Transição, Amplitude, Permanência e Conversa, os quais referem-se a elementos considerados nocivos à saúde postural. Os temas, distribuídos a cada dois encontros, baseiam-se nas concepções de educação do movimento de Rudolf Laban: Espaço, Tempo, Peso, Fluência e Sentidos. As brincadeiras são: roda, pega, mímica e corda, escolhidas segundo observações no território e diários de campo. A avaliação das atividades é explícita, verbal e diária por meio de perguntas no início e fim das atividades. A interpretação dos dados é feita através de análise fenomenológica, de discurso e pela construção do modelo corporal feito de argila. RESULTADOS: Em fase de intervenção, os dados estão sendo analisados e interpretados. Observa-se que estas técnicas proporcionam ampliação da compreensão de consciência corporal e do uso de práticas corporais com fins terapêuticos, tanto prevenção quanto reabilitação. A associação delas com o brincar tem promovido a reflexão acerca das reais possibilidades de eficácia e implementação do programa no cotidiano de uma comunidade. CONCLUSÃO: A atuação em ambiente escolar e a participação dos serviços de atenção básica ou profissionais de saúde favorece o empoderamento, ACOMPANHAMENTO CONTINUADO DOS SUJEITOS e responsabilização em saúde. O espaço da escola mostra-se, portanto, um campo rico e promissor para educação em saúde e corpo coletivo.