AVALIAÇÃO OBJETIVA E ESTRUTURADA DE HABILIDADES CLÍNICAS (OSCE) EM FISIOTERAPIA: PROGRESSOS NA RELAÇÃO ENTRE TEORIA E PRÁTICA PROFISSIONAL

Autores

  • Isabelle Magalhães Guedes Freitas FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS E DA SAÚDE DE JUIZ DE FORA - FCMS/JF - SUPREMA
  • Elen Soares Marques FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS E DA SAÚDE DE JUIZ DE FORA - FCMS/JF - SUPREMA
  • Djalma Rabelo Ricardo FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS E DA SAÚDE DE JUIZ DE FORA - FCMS/JF - SUPREMA
  • Plinio dos Santos Ramos FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS E DA SAÚDE DE JUIZ DE FORA - FCMS/JF - SUPREMA
  • Rinaldo Henrique Aguilar-Da-Silva FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS E DA SAÚDE DE JUIZ DE FORA - FCMS/JF - SUPREMA

Resumo

INTRODUÇÃO: O alicerce do sistema de ensino superior brasileiro ainda se constitui por processos avaliativos teóricos pertencentes ao domínio cognitivo. Desta forma, na maioria das vezes, a progressão de estudantes é determinada considerando a teoria em detrimento da prática profissional. Na tentativa de equilibrar os processos avaliativos empregados no ensino superior, o curso de Medicina evoluiu na avaliação da prática, instituindo um processo desenvolvido nos Estados Unidos denominado OSCE (Objective Structured Clinical Examination). O OSCE tem como finalidade avaliar de modo estruturado, objetivo e protegido as habilidades clínicas necessárias à prática profissional. Nesse cenário, visando não permanecer reducionista quanto aos processos avaliativos do ensino superior, uma adaptação do OSCE pode ser implantada em outros cursos da saúde, destacando-se a Fisioterapia para o presente relato. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: Iniciado em 2012 no curso de Fisioterapia da FCMS/JF – SUPREMA, com cunho formativo, uma adaptação do OSCE é organizado semestralmente pelos docentes, sendo composto por pelo menos quatro estações, possuindo duração média de 5 minutos cada estação, e contemplando as principais áreas de conhecimento aplicado. As estações acontecem no laboratório de simulação realística, utilizando-se pacientes simulados, atores ou manequins. Participam do OSCE estudantes do 6º, 7º e 8º períodos e o tema abordado não é previamente informado. As estações são baseadas em casos clínicos e as atividades pré-determinadas possuem progressão na complexidade das tarefas e competências, considerando o período do curso e a sequência das estações. Cada estação possui dois docentes avaliadores que, utilizando checklist estruturado, avaliam habilidades e competências necessárias às tarefas solicitadas, como comunicação verbal e não-verbal, profissionalismo, relação interpessoal, registro de informações, exame clínico, habilidades motoras e tomada de decisão. O desempenho do estudante é registrado utilizando-se checklist estruturado, sendo pontuada a realização ou não das tarefas propostas. Imediatamente após cada estação, os avaliadores ponderam sobre o desempenho do estudante fornecendo feedback de suas fortalezas e fragilidades. Ao final, utilizando uma meta-avaliação, os estudantes avaliam todo processo. IMPACTOS: O modelo formativo OSCE empregado no curso de Fisioterapia da FCMS/JF – SUPREMA promove impacto positivo no processo ensino-aprendizagem. Destacam-se o desenvolvimento da capacidade de solução de problemas de cunho prático, planejamento e organização de técnicas profissionais, e finalmente aplicação de habilidades e competências clínicas de estudantes da graduação. O OSCE permite ainda identificar os pontos fortes e frágeis da prática clínica discente, de forma individual e coletiva, refletindo em medidas de adequação das estratégias de ensino. Além disso, o momento de feedback se torna excelente oportunidade para aprendizado e fixação de conteúdos da prática profissional. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A avaliação prática objetiva e estruturada visa esclarecer a relação entre a teoria e prática para o estudante de fisioterapia, auxiliando na progressão e no estabelecimento das competências exigidas para o exercício profissional. Os resultados apontam avanços vinculados à mudança paradigmática do currículo e do entendimento que estão vinculados aos processos formativos.