LEVANTAMENTO EPIDEMIOLÓGICO DE ACIDENTES OCUPACIONAIS COM MATERIAL BIOLÓGICO EM TRABALHADORES DA SAÚDE NO MUNICÍPIO DE LAGARTO/SE

Autores

  • Maria Jessica Lins da Silva Universidade Federal De Sergipe - UFS
  • Poliana de Jesus Santos Universidade Federal De Sergipe - UFS
  • Tainara dos Santos Bomfim Universidade Federal De Sergipe - UFS
  • Ricardo Goes de Aguiar Universidade Federal De Sergipe - UFS
  • Neidimila Aparecida Silveira Universidade Federal De Sergipe - UFS
  • Ana Maria Braga de Oliveira Universidade Federal De Sergipe - UFS

Resumo

INTRODUÇÃO: Os trabalhadores da área da saúde estão expostos a inúmeros riscos nas atividades laborais, principalmente acidentes resultantes de exposição a materiais biológicos, em função da manipulação de materiais perfuro cortantes. A preocupação em relação a exposição desses profissionais aos riscos de acidentes de trabalho surgiu a partir da epidemia de infecção pelo HIV/Aids no início da década de 1980, e se tornou um problema de saúde pública nos anos seguintes. Diante da possibilidade de exposição a agentes biológicos e contágio, medidas de biossegurança protegem os profissionais da saúde, como o uso dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI). OBJETIVOS: Realizar levantamento epidemiológico dos acidentes com materiais biológicos no Município de Lagarto/SE e identificar o perfil dos acidentes e dos profissionais acidentados, com ênfase nos fatores determinantes e medidas preventivas. METODOLOGIA: Pesquisa descritiva, do tipo levantamento documental retrospectivo dos casos de acidentes ocupacionais com exposição a material biológico. Os dados foram obtidos na Vigilância Epidemiológica do município de Lagarto/SE, a partir das notificações de acidentes de trabalho por material biológico, disponibilizadas pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN-NET), no período de 2011 a 2013. RESULTADOS: Foram notificados 103 acidentes no período, concentrados no Hospital Regional de Lagarto (97,09%), instituição de referência na região, e apenas cerca de 3% das notificações referem-se a serviços da atenção básica. Na identificação do perfil dos trabalhadores, 86,41% eram do sexo feminino, com faixa etária de 17 a 58 anos, e mediana de 29 anos. A categoria profissional mais exposta foi auxiliar de enfermagem (41,74%) seguida por técnicos de enfermagem (37,86%). Ainda por meio das fichas do SINAN-NET foi possível caracterizar os acidentes quanto ao tipo de exposição, material biológico envolvido e agente causador do acidente. Tendo como resultados predominantes respectivamente: percutânea (85,44%), sangue (89,32%) e agulha com lúmen (74,76%). Quanto às medidas preventivas, dos acidentados 88,35% eram vacinados e 88,34% utilizavam equipamentos de proteção individual. Destes 79,61% utilizavam luvas no momento do acidente, 59,22% mascaras e 49,52% aventais. CONCLUSÃO: Os resultados apontam para a necessidade da capacitação dos profissionais da saúde quanto aos riscos que estão suscetíveis no local de trabalho, especialmente trabalhadores de enfermagem, por realizarem rotineiramente procedimentos invasivos. Além do uso dos EPI, se faz necessária a imunização e educação dos profissionais quanto ao uso correto das medidas de biossegurança.