VALIDAÇÃO DO TESTE DE MARCHA ESTACIONÁRIA DE DOIS MINUTOS PARA DIAGNÓSTICO DA CAPACIDADE FUNCIONAL

Autores

  • Luana Caroline de Assunção Cortez Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
  • Marcello Barbosa Otoni Gonçalves Guedes Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
  • Johnnatas Mikael Lopes Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
  • Javier Jeres Roing Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
  • Achilles de Sousa Andrade Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
  • Thais de Sousa Rodrigues Guedes Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN

Resumo

INTRODUÇÃO: O Teste de Marcha Estacionária de 2 Minutos (TME2) trata-se de um teste de desempenho funcional onde mensura-se o número de elevações de uma das pernas no período de 2 minutos. O TME2 é uma alternativa na necessidade de se ter um teste mais prático, rápido e quando se dispõe de pequeno espaço para realizar os testes, tornando-se ideal para a prática clínica e em pesquisa. Contudo, ainda não existe uma validação do TME2, bem como pontos de corte para a população brasileira. OBJETIVOS: Analisar a acurácia do teste de marcha estacionária de 2 minutos em diagnosticar a capacidade funcional normal para indivíduos idosos hipertensos ou idosos hipertensos com outras doenças crônicas associadas e IMC elevado. METODOLOGIA: Estudo transversal, observacional do tipo diagnóstico, com 101 sujeitos, sendo 41 hipertensos e 60 normotensos. Os dados foram analisados descritivamente na forma de média e desvio padrão para as variáveis contínuas e porcentagem para as categóricas. Com o intuito de estabelecer a validade diagnóstica do teste de marcha estacionária em relação ao índice de Katz, foi construído curvas de Receiver Operating Characteristic (ROC) tendo como variável de estado a capacidade funcional normal. A validade foi estimada se estratificando para normotensos e hipertensos assim como para prática de atividade física, índice de massa corpórea e presença de doença crônica associada. Adotou-se um nível de significância de 5% para minimizar um erro tipo I. Foi usado o software SPSS®, IBM, versão 20.0. RESULTADOS: Quanto à análise de acurácia do TME2 em diagnosticar a capacidade funcional normal, evidenciamos que para indivíduos normotensos a área sob a curva ROC é de 0,61 (IC95%:0,42 a 0,75; p=0,12), o que não permite distinguir além do acaso indivíduos capaz ou com incapacidade funcionalmente. Para os hipertensos, o TME2, com área sob a curva ROC de 0,69 (IC95%:0,50 a 0,87; p=0,04), mostrou-se ser acurada em diagnosticar a capacidade funcional. Entre o grupo só de hipertensos em 69 elevações observou-se uma sensibilidade de 80% (0,80) e especificidade de 54% (0,46), parecendo à referência mais adequada de normalidade funcional para este grupo, apesar da especificidade apenas moderada. Considerando outras características como a prática de atividade física, IMC e doenças crônicas associadas, verificamos novamente, que em normotensos o teste de marcha estacionária não é acurado para diagnóstico da capacidade funcional normal (Área=0,59; IC95%:0,30 a 0,87; p=0,52). Para os hipertensos com essas outras condições associadas, observamos acurácia do TME2? em predizer capacidade funcional normal, onde a área sob a curva ROC é de 0,88 (IC95%:0,69 a 1,00; p=0,02). O ponto de corte ótimo para o diagnóstico de capacidade funcional normal seria de 65 elevações que exibe sensibilidade de 83% e especificidade de 67%. CONCLUSÃO: O TME2 mostrou boa sensibilidade e especificidade para avaliar a capacidade funcional de idosos hipertensos, com outras doenças crônicas associadas e IMC elevado, com ponto de corte para este grupo de 65 elevações. Entre o grupo de hipertensos o teste demonstrou boa sensibilidade e especificidade moderada para o ponto de corte de 69 elevações.