INSERÇÃO DO ACADÊMICO DE FISIOTERAPIA NO AMBIENTE ESCOLAR

Autores

  • Eliane Soares Tavares CENTRO UNIVERSITÁRIO DA REGIÃO DA CAMPANHA
  • Ana Zilda Ceolin Colpo CENTRO UNIVERSITÁRIO DA REGIÃO DA CAMPANHA
  • Vera Maria Bortolini CENTRO UNIVERSITÁRIO DA REGIÃO DA CAMPANHA
  • Giovanna Santos de Azambuja CENTRO UNIVERSITÁRIO DA REGIÃO DA CAMPANHA

Resumo

Introdução: Um programa de saúde no ambiente escolar destinam-se à implantação do conjunto de ações de promoção, prevenção e atenção à saúde, realizadas pela instituição de ensino superior na abrangência da área da Saúde de forma articulada com a rede de educação pública e em conformidade aos princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde -SUS. Em 5 de dezembro de 2007, através do Decreto nº 6.286, foi instituído o Programa Saúde na Escola - PSE - "com finalidade de contribuir para a formação integral dos estudantes da rede pública de educação básica por meio de ações de prevenção, promoção e atenção à saúde". Para que alguém tenha saúde, são requeridas algumas condições de natureza biológica, econômica e social. Entre as condições requeridas, destacam-se a nutrição adequada, a moradia higiênica, o trabalho em ambiente salubre, o lazer suficiente, o saneamento básico, o poder aquisitivo de um salário ajustado às necessidades do ser humano. Desta forma as práticas educativas desenvolvidas no campo da saúde têm sido nomeadas de formas diversas, as quais estão relacionadas à história da Educação e Saúde e a forma como essas práticas têm sido apropriadas, como uma ferramenta para gerar a educação em saúde. Entre os objetivos propostos salientamos promover a comunicação entre a escola e os acadêmicos do curso de fisioterapia, assegurando a troca de informações sobre as condições de saúde dos estudantes; Contribuir para que crianças e adolescentes tenham acesso à saúde; Fortalecer o enfrentamento das vulnerabilidades, no campo de Saúde, que possam comprometer o desenvolvimento escolar; Fortalecer o entendimento e a promoção da alimentação saudável para e com os estudantes; Estimular uma consciência corporal visando a promoção de problemas posturais. Descrição: Está experiência é extraída do projeto de extensão do Centro Universitário da Região da Campanha - Urcamp intitulado "Urcamp na Escola" sendo realizado em várias escolas estaduais e municipais da cidade de Bagé/Rs. As atividades são organizadas a cada semestre, onde são determinadas as escolas e as ações que são realizadas, tendo duração de um período de três (3) meses por semestre. Inicialmente realiza-se um contato prévio com as escolas para os devidos esclarecimentos acerca dos procedimentos do trabalho, com a finalidade de conferir a necessidade e as demandas para traçarmos as ações a serem realizados no estudo. Na mesma oportunidade são entregue as cartas de apresentação e solicitação de autorização às escolas participantes, possibilitando o início das atividades e coleta de dados. Entrega-se o Termo de Assentimento Livre e Esclarecido para ser encaminhado e assinado aos pais ou responsáveis, no intuito de verificar a possibilidade, ou não, de participação dos alunos. Os encontros nas escolas são aplicados aos alunos e professores questionários e escalas para verificar suas percepções sobre condições de saúde, hábitos posturais, frequência de dores nas regiões corporais dos próprios alunos e de seus familiares, hábitos alimentares e sobre praticas de atividades físicas. Nesta experiência os acadêmicos do curso de Fisioterapia vêm desenvolvendo diversas ações no ambiente escolar a partir dos questionários aplicados previamente. Os dados são analisados para traçarmos as estratégias, entre as ações salientamos alertar sobre uso indiscriminado das tecnologias digitais, Oficinas sobre o uso das mochilas, construções de painéis educativos e materiais educativos (folders e Gibi), educação postural, posturas corretas do dia-a-dia e cuidados com as mochilas escolares. Realizamos uma parceria com o curso de Nutrição para executarmos ações em conjunto. Entre as ações ocorreram avaliações do indicie de massa corporal (IMC), avaliações antropométrica, oficinas de primeiros socorros e oficinas de aproveitamento de alimentos. Entre as palestras realizadas pelos cursos foi alimentação saudável para escolar; palestra sobre a pirâmide alimentar; oficina de sucos naturais; palestra sobre Mantenha sua coluna saudável; palestra sobre o Outubro Rosa com ênfase no Ca de mama; palestra sobre hábitos de higiene; aproveitamento de alimentos, Meio ambiente em Saúde; Higiene em Saúde; Uso correto das mochilas; Saiba cuidar da sua postura; Hábitos alimentares; Previna: doenças cardiovasculares. Solicitamos às professoras das escolas, durante estas ações, que realizassem alguma atividade didática junto aos alunos que busquem abordar as temáticas trabalhadas pelos acadêmicos nas suas aulas. Não são preestabelecidas atividades e sim partir da livre escolha da educadora em realiza-la ou não, contando com sua didática e conhecimento da turma. Desta ação, já resultaram textos escritos pelos alunos, histórias em quadrinhos e escritas relacionando a percepção individual sobre o que é ter boa postura. Entre as várias pesquisas realizadas neste projeto salientamos a pesquisa em relação ao uso das tecnologias digitais e dores nas costas em uma escola privada do município. Entre as questões investigadas é em relação ao uso do celular, foi detectado que dos 55 participantes da pesquisa, 50,9% eram do gênero feminino e 49,1% do gênero masculino. Em relação ao tempo que utilizavam o celular por dia, 33,3% afirmaram usar o celular de 1 a 3 horas por dia; 29,6% de 3 a 5h; 7,4% de 5 a 10h; 26% mais de 10h e 3,7% não souberam responder. Quando questionados em relação a possuírem ou não tempo estimado para o uso do aparelho eletrônico, 18,9% responderam que sim; 79,2% afirmaram que não e 1,9% não souberam responder. Em relação a se conseguiam ficar um dia sem o uso do celular, 70,9% responderam que sim; 27,3% responderam que não conseguiriam e 1,8% não souberam responder. Quanto aos motivos para os quais utilizavam o celular, 22% utilizavam para fazer ligações; 31% utilizavam para o uso de redes sociais diversas; 13% para pesquisas e estudos; 25% faziam uso do celular para o lazer e 9% não souberam responder. Assim este projeto visa suas as ações de educação em saúde no ambiente escolar como forma de melhorar e repensar as ações de promoção da saúde e prevenção entre os autores envolvidos neste processo. Conhecer a estruturação, a organização e a implementação dessas ações é importante uma vez que, a partir dessas experiências, pode-se reforçar e repensar o uso da ferramenta de ações de saúde na busca de uma consciência sanitária, principalmente por parte dos discentes de Fisioterapia. Impactos: O projeto é uma excelente estratégia de integração e aproximação dos acadêmicos do curso de fisioterapia com a realidade escolar. Uma transformação de saberes no ambiente escolar em relação aos aspectos de saúde. As pesquisas extraídas nestas experiências veio comprovar a necessidade de mais trabalhos educativos e preventivos, pois existe uma distorção de informações em relação a questões de saúde tanto por parte de professores e alunos. Considerações: Considera-se que as ações desenvolvidas no ambiente escolar tem uma boa receptividade, a cada encontro ocorre uma troca de saberes muito valioso entre os acadêmicos e os alunos das escolas, esses trazem vários questionamentos, fato que fica claro a necessidade da inserção de profissionais da saúde no ambiente escolar trabalhando em conjunto com os professores da rede.