O uso do(s) conceito(s) de “estigma” no campo da Saúde Coletiva
DOI:
https://doi.org/10.18310/2446-4813.2021v7n1p87-97Palavras-chave:
Saúde Pública, Estigma Social, Preconceito.Resumo
Este estudo tem como objetivo realizar um levantamento de artigos científicos sobre o conceito de Estigma, publicados em uma revista do campo da saúde coletiva, e analisar como o mesmo foi abordado. Tomamos por base o conceito utilizado por Goffman, pois observamos a atualidade desse e a importância de se problematizar os efeitos que os processos de estigmatização têm produzido na vida de pessoas e de grupos, seja por raça/cor, gênero, religião, dentre outros. Assim sendo, foi realizada uma pesquisa bibliográfica exploratória com artigos publicados no periódico Ciência e Saúde Coletiva, no período de 2007 até 2016, fazendo uso do descritor Estigma. Mediante a leitura exaustiva dos textos, restaram dezoito trabalhos que traziam esse conceito como categoria integrante. Os artigos apresentaram-no associado a discriminação; preconceito; exclusão; isolamento; como sendo uma marca que a pessoa carrega; ou um obstáculo para a vida daqueles que sofrem com o mesmo; ou ainda, como uma caracterização negativa, resultante de um processo sócio-histórico, o qual impede que as pessoas tenham seus direitos garantidos. Alguns textos, ainda, trabalharam a identidade real e a identidade virtual das pessoas estigmatizadas; a constituição do indivíduo inabilitado para aceitação social e o uso do conceito de Estigma, associado à qualidade de vida. Observamos variações no que diz respeito ao uso desse conceito no campo da saúde coletiva e verificamos que os materiais analisados nos ajudaram a refletir como o Estigma se constitui, a quem são atribuídas características inferiores e os efeitos dessas atribuições: preconceito, discriminação, exclusão social, adoecimento, morte.Referências
ELIAS N, SCOTSON JL. Os estabelecidos e os outsiders: sociologia das relações de poder a partir de uma pequena comunidade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar; 2000.
GOFFMAN E. Estigma: notas sobre a manipulação da identidade deteriorada. Trad. Márcia Bandeira de Mello Leite Nunes. Rio de Janeiro: LTC; 1975.
MONTEIRO S, VILLELA W. Estigma e Saúde. Rio de Janeiro: Fiocruz; 2013.
GIL AC. Como elaborar projetos de pesquisa. 4th ed. São Paulo: Atlas; 2007.
AURÉLIO. In: FERREIRA ABH. Dicionário da língua portuguesa. 5th ed. Curitiba: Editora Positivo; 2010.
THOMPSON JB. Ideologia e cultura moderna. Teoria social crítica na era dos meios de comunicação de massa. Petrópolis, RJ: Vozes; 1995.
LATOUR B. Ciência em ação: como seguir cientistas e engenheiros sociedade afora. São Paulo: Editora Unesp; 2000.
THORNICROFT G, BROHAN E, KASSAM A, LEWIS-HOLMES E. Reducing stigma and discrimination: Candidate interventions. Int J Ment Health Syst. 2008; 2 (3): 1-7.
KUMAR A, HESSINI L, MITCHELL EM. Conceptualising abortion stigma. Culture, Health & Sexuality. 2009; 11(6): 625-39.
ABADÍA-BARRERO C, CASTRO A. Experiences of stigma and access to HAART in children and adolescents living with HIV/AIDS in Brazil. Social Science and Medicine. 2006; 62(5): 1219-28.
RONZANI TM, FURTADO EF. Estigma social sobre o uso de álcool. J. Bras. Psiquiatr. 2010; 59(4): 326-32.
JOFFE H. “Eu não”, “O meu grupo não”: representações sociais transculturais da AIDS. In: GUARESCHI PA, JOVCHELOVITCH S, editores. Textos em Representações Sociais. Petrópolis: Vozes; 1994. p. 297-322.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Os direitos autorais para artigos publicados neste periódico são do autor, com os direitos de publicação para o periódico. Este periódico é de acesso público, os artigos são de uso gratuito, com atribuições próprias, desde que citada a fonte (por favor, veja a Licença Creative Commons no link a seguir https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/deed.pt_BR).