O FACEBOOK COMO CONFESSIONÁRIO: DISCURSOS SOBRE SI E O INVESTIMENTO DOS PODERES

Autores

  • Renato Levin Borges Mestrando no Programa de Pós-Graduação em Educação no Grupo Temático Educação em Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Bacharel e Licenciado em Filosofia pela Pontifícia Universidade do Rio Grande do Sul.
  • Ricardo Burg Ceccim Pós-doutor em antropologia médica, Programa de Pós-Graduação em Educação e Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva, Professor Titular na área de Saúde Coletiva na Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

DOI:

https://doi.org/10.18310/2446-4813.2015v1n2p57-67

Palavras-chave:

Subjetividade, Confessionário, Investimento dos Poderes, Facebook, Foucault.

Resumo

Analisa-se o Facebook como modulação do dispositivo confessional cristão, em que um sujeito é instado, incessantemente, a produzir discursos sobre si, produzindo e sendo produzido por tramas de poder em um jogo de autorregulação. Para tal objetivo vale-se da análise de discurso foucaultiana,literatura sobre o manejo das informações por empresas e governos, assim como a legislação estado-unidense sobre usos de informações na internet e o caso wikileaks com as denúncias do exfuncionário da Agência de Inteligência Americana Edward Snowden. Discute-se os processos colocados em circulação para a produção de discursos sobre si tanto no confessionário quanto no site de relacionamentos, e como isso pode se relacionar com um trabalho da subjetividade sobre si mesma, produtora de saberes geradores de novos mecanismos de investimentos. Toma-se por conclusão a hipótese que o dispositivo de produção de discursos seja da ordem do funcionamento dos poderes e seus subsequentes investimentos, tanto na ordem governamental, quanto de ordem capitalística.

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Publicado

2015-10-24

Como Citar

Borges, R. L., & Ceccim, R. B. (2015). O FACEBOOK COMO CONFESSIONÁRIO: DISCURSOS SOBRE SI E O INVESTIMENTO DOS PODERES. aúde m edes, 1(2), 57–67. https://doi.org/10.18310/2446-4813.2015v1n2p57-67

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