SEM PALAVRAS NA PONTA DA LÍNGUA: SAÚDE MENTAL COLETIVA, PEDAGOGIA E GAGUEIRA

Autores

  • Gisele Vicente Pedagoga e Especialista em Saúde Mental Coletiva pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS/EDUCASAÚDE.
  • Luciano Bedin da Costa Docente na Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS e Pós-Graduação em Psicologia Social e Institucional da UFRGS.

DOI:

https://doi.org/10.18310/2446-4813.2015v1n2p69-80

Palavras-chave:

Saúde Mental Coletiva, Pedagogia, Linguagem.

Resumo

Este artigo reescreve um trabalho de conclusão de residência multiprofissional em saúde mental coletiva. Escrita em narrativas de percurso, pretende, em processos de desmanches de palavras, provocar um gaguejar da língua em saúde mental coletiva. Trabalho feito em muitas mãos, de encontros com Roland Barthes e sua abordagem acerca da teatralização da língua, com Manoel de Barros a escovar palavras para ouvir seu primeiro sussurrar e Jorge Larosa com sua ideia de sujeitos enquanto viventes de palavras. Apresenta, sempalavras na ponta da língua, a pedagogia, a saúde coletiva e seus gaguejares. Com palavras a titubear trajetos em estar residente, perguntar: qual o lugar da pedagogia na saúde mental coletiva? Em atos de saúde, a pedagogia chega nova sem ser novidade: ela chega entre espaços de não estar. De pensamentos nômades, uma pedagogia em saúde mental coletiva pode emergir de práticas mestiças, do gaguejar de palavras, do trincar da língua.

Referências

Bondía J, Larosa. Notas sobre experiência e saber de experiência. Campinas, FEMEC; 2001.

Deleuze G, Guattari F. Mil Platôs – capitalismo e esquizofrenia 2a. ed. São Paulo: Ed. 34; 2008. v.5.

Barthes R. O Prazer do texto. São Paulo: Perspectiva; 2010.

Barros M. Memórias Inventadas: As Infâncias de Manoel de Barros. São Paulo: Planeta do Brasil; 2008.

Ceccim R. Equipe de saúde: a perspectiva entre-disciplinar na produção de atos terapêuticos. In: Pinheiro R, Mattos RA (org). Cuidado: as fronteiras da integralidade. Rio de Janeiro: CEPESC/UERJ, ABRASCO; 2008. p. 276-278.

Vasconcellos J. A Filosofia e seus Intercessores: Deleuze e a não-filosofia. Educ Soc, Campinas. 2005; 26 (93):1217-1227.

Woolf V. Objetos Sólidos. São Paulo: Siciliano; 1992.

Ferreira ABH. Miniaurélio: o dicionário da língua portuguesa. Curitiba: Positivo; 2010.

Fagundes S. A integralidade e a Saúde Mental: Projeto de qualificação da atenção em saúde mental nos âmbitos do cuidado técnico e profissional. In: Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde(BR). Brasília: Ministério da Saúde; 2013. (Cadernos de Atenção Básica, n. 34).

Barthes R. Roland Barthes por Roland Barthes. São Paulo: Estação Liberdade; 2003.

Corazza S. Silva, T. T. Composições. Belo Horizonte: Autêntica; 2003.

Pessoa F. Poemas de Alberto Caeiro. 10a.ed. Lisboa: Ática; 1993.

Boff L. A Águia e a Galinha: uma metáfora da condição humana. Petrópolis (Brasil): Vozes; 1997.

Nietzsche F. Humano, Demasiado Humano. Um livro para espíritos livres. São Paulo, Cia. das Letras; 2002.

Foucault M. A vida dos homens infames. In: Foucault M. Estratégia, poder-saber. Ditos e escritos IV. Rio de Janeiro: Forense Universitária; 2003.

Downloads

Publicado

2015-10-24

Como Citar

Vicente, G., & Costa, L. B. da. (2015). SEM PALAVRAS NA PONTA DA LÍNGUA: SAÚDE MENTAL COLETIVA, PEDAGOGIA E GAGUEIRA. aúde m edes, 1(2), 69–80. https://doi.org/10.18310/2446-4813.2015v1n2p69-80

Edição

Seção

Artigos Originais

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)