SAÚDE EM REDES COMPLETA DOIS ANOS DE TRABALHO E RECONHECIMENTO: A GESTÃO DA EDUCAÇÃO E DO TRABALHO COMEMORA!
DOI:
https://doi.org/10.18310/2446-4813.2016v2n4p349-351Palavras-chave:
Saúde Coletiva, Educação Permanente, Educação em saúde, Saúde Global, Saúde Internacional, Sistema de Saúde, Saúde Pública, Direitos Humanos, Ética, Acolhimento, Cuidado, Serviços de Saúde, Profissionais de Súde, SUS, Sistema Único de SaúdeResumo
Esse número comemora os dois primeiros anos de publicação da Saúde em Redes. Comemora também a ação em rede colaborativa que a mantém disponível, incluindo autores, todo o trabalho de editoração e de sustentação do nosso periódico, mas também de leitores e “consumidores” das páginas virtuais que são disponibilizadas a cada trimestre. Os artigos publicados vêm constituindo o perfil editorial que foi planejado inicialmente, mas que se confirma e se atualiza pelos manuscritos submetidos e validados pelo processo de avaliação, pelos acessos aos artigos e citações feitas dos mesmos. A produção científica na área da gestão da educação e do trabalho na saúde mostra fôlego, como já prevíamos, para manter uma nova revista científica, que agora já se consolida também pela sua indexação e pelo desempenho na avaliação de periódicos.Lembramos do lançamento dessa revista, onde o Editorial justamente comentava sobre o amadurecimento da gestão da educação e do trabalho também como campo de reflexão e produção de conhecimentos. Lá estava registrada também a memória da “Olho Mágico”, que disseminava a produção sobre as inovações da formação que alimentaram todo o debate em torno da formatação das Diretrizes Curriculares Nacionais, em meados dos anos 2000.Dizíamos que a aposta da Rede UNIDA na produção e disseminação de conhecimentos como estratégia de interação com um cenário movediço e tomado por sombras por todos os lados, também era a aposta no fomento de renovação da cultura para fortalecer a gestão da educação e do trabalho, a articulação entre a educação e o trabalho como modo de desenvolver a ambos. Falávamos na necessidade de avanços no contexto da saúde e da educação, também no desenvolvimento da democracia como senha para relações saudáveis entre pessoas e instituições, no cotidiano do viver. Nesse período, o cenário nacional e internacional tornou-se mais sombrio, principalmente no que se refere à construção de políticas e práticas democráticas na sociedade, o respeito aos direitos das pessoas e das coletividades.No caso brasileiro, há uma visível mudança na orientação das políticas governamentais que foram aprovadas no processo eleitoral de 2014, feita, portanto, sem a legitimidade da orientação política daquele sufrágio. Importante lembrar o registro constitucional de que a eleição significa a escolha de representantes, a aprovação de um projeto de governo e o direito de fazê-lo da população. No caso das políticas de saúde, um discurso em oposição àquele que se estruturou em torno do Movimento de Reforma Sanitária e se constituiu como instrumento normativo a partir da Constituição Federal ecoa nas instâncias governamentais. Parece mais atual que no lançamento da Saúde em Redes o desafio de disseminar conhecimentos e fortalecer a cultura da democracia e da inclusão, de fomentar redes em defesa da saúde, da qualidade da vida e das práticas democráticas na sociedade e de formar profissionais comprometidos com essas diretrizes éticas e políticas.Passado esse período inicial, nossa Saúde em Redes mostra vitalidade e capacidade de dialogar com aquele desafio. Cresce regularmente o número de submissões para o nosso periódico, mas também se consolida a disseminação de conhecimentos por meio das demais publicações da Editora Rede UNIDA. Contabilizamos em dezembro de 2016 um total de 68 títulos publicados, com mais de 55 mil “exemplares” acessados no acervo digital aberto da Editora. De clássicos da Saúde Coletiva a coletâneas com produções recentes em linhas temáticas de interesse da área da educação e do trabalho em saúde, com a cara e o coração da educação permanente que se irradia nos nossos cotidianos. Produção de resistência, que forma rizomas de vida em renovação, mas também de defesa de práticas e políticas que precisam ser defendidas. A defesa de um sistema de saúde e de práticas capazes de singularizarem-se com as diversidades da vida no cotidiano precisa de militantes nos espaços físicos das cidades, mas também nos espaços fluidos do pensamento. Há que se ocupar os espaços físicos, transformando-os, mas há que se ocupar os pensamentos, de tal forma que as violências institucionais e interpessoais, que a negligência com as vidas e com os direitos de pessoas e coletividades, não sejam suportáveis e que se constituam linhas de fuga quando tudo parece fadado ao esgotamento.A produção na área da gestão da educação e do trabalho, com temáticas e abordagens que surpreendem, ora por retomar questões que nos acompanham desde o início da produção do pensamento da reforma sanitária, ora por renovar a construção epistemológica dessas questões a partir da vivência refletida de sujeitos que se espraiam pela produção científica com mandato constituído a partir das suas práticas. Nas páginas virtuais da nossa Saúde em Redes, autores conhecidos e reconhecidos no campo protagonizam a fala com estudantes, docentes em início de produção acadêmica, trabalhadores dos serviços de saúde e atores dos movimentos sociais que atuam no encontro da saúde com a educação. Tem-se aqui, portanto, as condições de renovar e inovar, com diálogos que atravessam disciplinas, mas que também ultrapassam os “pontos de vista” da ciência e da técnica. Não é outra a potência que se atribui à aproximação entre “saúde” e “educação”, entre práticas cotidianas no interior do sistema de saúde e das instituições de ensino. As pontes que aproximam, a ocupação de espaços no “entre”, a potência de novos atores e a alteridade nos modos de pensar e existir são dispositivos para renovar o cotidiano de ambas as áreas e da própria ciência.O desenvolvimento da educação e da saúde requer inovação. Os artigos que compõem este número da Saúde em Redes abordam uma diversidade grande de temáticas: avaliação de políticas, saúde mental, indicadores de saúde, práticas integrativas e complementares, aleitamento materno, participação social, gravidez na adolescência, o trabalho dos agentes comunitários de saúde. Mas também uma diversidade grande de abordagens, desde a reflexão desses temas na formação, até o impacto na organização do trabalho de atenção, de gestão ou, mesmo, de aprendizagem no cotidiano do trabalho. Também uma diversidade de motivações, do compromisso ético de disseminar o resultado de um trabalho acadêmico de graduação, pós-graduação e formação técnica até o apaixonamento por vivências desenvolvidas em cenários singulares.Apostamos na sustentabilidade e na constante renovação da Saúde em Redes nos próximos anos. Apostamos e nos comprometemos com isso. Portanto, para além do trabalho de organizar e preparar as novidades do terceiro ano, seguimos acreditando na diversidade e no inusitado para fazer os próximos números e o percurso da nossa revista, aposta que necessita das contribuições de cada um e de cada uma que acessa e dá sentido aos artigos e números da Saúde em Redes.Agradecemos muito particularmente ao trabalho invisível e silencioso dos pareceristas, que avaliam e interagem com cada um dos artigos.Que a leitura dos artigos desencadeie bons pensamentos e ideias; também que desperte o autor e a autora que está em cada leitor e cada leitora. Já estamos ansiosos pelo próximo aniversário e os seguintes. Porque cada volume e cada número da Saúde em Redes, alimenta o campo da educação e do trabalho na saúde, mas também a esperança na democracia e em todas as saúdes que habitam nosso cotidiano e requerem expressão no cuidado.Boa leitura e felicitações ao coletivo rizomático da Saúde em Redes!Downloads
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