INTRODUZINDO A PESQUISA: uma trajetória de encontros

Autores

  • Alzira de Oliveira Jorge Faculdade de Medicina da UFMG
  • Emerson Elias Merhy Professor Titular da UFRJ e Coordenador da Rede Microvetorial de Observatórios de Políticas Públicas em Saúde e Educação em Saúde
  • Monica Garcia Pontes Mestranda da UFMG. Servidora pública municipal de Contagem

DOI:

https://doi.org/10.18310/2446-4813.2018v4n1suplemp9-26

Palavras-chave:

Avaliação em saúde, Políticas Públicas, Vulnerabilidade Social, Judicialização da saúde.

Resumo

Este artigo pretende apresentar o contexto em que surgiu a pesquisa sobre as Mães Órfãs em Belo Horizonte e apontar os caminhos metodológicos que estão sendo utilizados para desenvolver a investigação. Pesquisadores da UFMG, unidos a um coletivo de movimentos sociais, propõem-se investigar as normatizações do Ministério Público e Portaria do Judiciário que institui o abrigamento compulsório para mulheres em situação de vulnerabilidade, a partir de ferramentas qualitativas e quantitativas, a genealogia, os efeitos das normas sobre os atores envolvidos, assim como elucidar os seus efeitos na produção do cuidado e indicadores. Neste caminho, apresenta-se como resultados iniciais da pesquisa, duas narrativas de usuárias que tiveram seus filhos abrigados e adotados por outras famílias e uma narrativa de trabalhadoras de saúde. Estas usuárias não se conformam com esta situação e se insurgem contra as autoridades que as forçaram a ficar sem seus filhos. Pela análise das narrativas observa-se uma atuação de cunho discriminatório onde as mulheres não foram consideradas e o seu direito de defesa foi cerceado por processos e decisões muito rápidas. Observa-se a urgência de movimentos que possam tecer uma rede de apoio para se manter mãe e filho juntos. Para isso foi criado na cidade um movimento de resistência que atuou no sentido de suspender a vigência da portaria. Entretanto, a portaria continua sendo aplicada mesmo sem a sua obrigatoriedade, mostrando que está entranhada no imaginário coletivo, apontando para uma disputa de projetos sobre qual lugar mulheres em situação de vulnerabilização social tem na sociedade contemporânea.

Biografia do Autor

Alzira de Oliveira Jorge, Faculdade de Medicina da UFMG

Médica Sanitarista, Doutora em Saúde Coletiva pela UNICAMP e atualmente Professora do Departamento de Medicina Preventiva e Social da Faculdade de Medicina da UFMG.Foi médica sanitarista dos municípios de Ipatinga e Belo Horizonte/MG, foi assessora das diretorias dos Hospitais da Clínicas da UFMG e Risoleta Tolentino Neves da SES MG, foi Diretora da ANS e do Ministério da Saúde e Secretária Adjunta da Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais.

Monica Garcia Pontes, Mestranda da UFMG. Servidora pública municipal de Contagem

Biológa, Gestora de Serviços de Saúde, Diretora de Escola de Contagem/MG e atualmente também mestranda do Mestrado Profissional de Promoção de Saúde e Prevenção de Violências da UFMG

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Publicado

2018-06-16

Como Citar

Jorge, A. de O., Merhy, E. E., & Pontes, M. G. (2018). INTRODUZINDO A PESQUISA: uma trajetória de encontros. aúde m edes, 4(1 Suplem), 09–26. https://doi.org/10.18310/2446-4813.2018v4n1suplemp9-26

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