Trabalho em saúde: biomedicalização de quem cuida/ Health work: biomedicalization of caregivers
DOI:
https://doi.org/10.18310/2446-4813.2018v4n2p9-18Keywords:
Saúde do trabalhador, Biomedicalização, Subjetivação, Cotidiano e o trabalho, Sofrimento e BiopotênciaAbstract
Objetivo: Trata-se de um estudo descritivo qualitativo, resultado de uma dissertação de mestrado que objetivou compreender sob quais aspectos a biomedicalização insere-se na vida dos trabalhadores da saúde. Método: Utilizou-se o dispositivo da ‘Tenda do Conto’ e foram seguidos os pressupostos metodológicos da exploração da multiplicidade de fontes. Sujeitos da pesquisa eram Técnicas de Enfermagem. Resultados: Os resultados sugerem que o uso de medicações psicotrópicas está vinculado à sobrecarga encontrada nos constitutivos da vida e no cotidiano do mundo do trabalho, sem que as trabalhadoras consigam criar outras possibilidades para os seus modos de andar a vida e encarar o sofrer como biopotência, pois antes de tudo é simbolizado como adoecimento. Conclusões: Espera-se que os serviços de apoio à saúde do trabalhador organizem-se de modo a pautar-se por processos que tomem isso como central, para a criação de novos dispositivos tecnológicos do cuidar, saindo da vitimização para o agir-produção-de-mais-vida.Objective: This is a qualitative descriptive study, the result of a master's thesis that aimed to understand about what aspects biomedicalization is inserted in the life of health workers. Method: The 'Tend of the Story ' device was used and the methodological assumptions of exploring the multiplicity of sources were followed. Subjects of the research were Nursing Techniques. Results: The results suggest that the use of psychotropic medications is linked to the overload found in the constituents of life and daily life in the world of work, without the workers being able to create other possibilities for their way of life and to face suffering as a biopower, because it is first symbolized as an illness. Conclusions: It is hoped that the services to support worker health will be organized with processes that take this as central, to the creation of new technological devices of care, from victimization to action-production- of-life.References
Merhy EE. A cartografia do trabalho vivo. 3ª ed. São Paulo: Hucitec; 2007.
Machado R. Deleuze, a arte e a filosofia. 2ª ed. Rio de Janeiro: Zahar; 2009.
Rolnik S. Cartografia sentimental:transformações contemporâneas do desejo. 2ª ed. Porto Alegre: Sulina; 2014.
Cofen, Conselho Federal de Enfermagem. Ascom. Pesquisa Perfil da enfermagem no Rio Grande do Sul. Disponível em Acesso em 21 out 2015.
Dejours C. O Fator Humano. 3ª ed. Rio de Janeiro: FGV, 1997.
Merhy EE. A clínica do corpo sem órgãos, entre laços e perspicácias. Em foco a disciplinarização e a sociedade de controle. Rev Lugar Comum. 2009; v.1, n.27: p.281-306.
Abrahão AL, Merhy EE, Gomes MPC, Tallemberg C, Chagas MS, Rocha M, ET al. O pesquisador in-mundo e o processo de produção de outras formas de investigação em saúde. In: Merhy EE, Baduy RS, Seixas CT, Almeida DES, Slomp H (organizadores). Avaliação compartilhada do cuidado em saúde:surpreen¬dendo o instituído nas redes. Rio de Janeiro: Hexis; 2016. p. 22-30.
Gadelha MJA, Freitas ML. A arte e a cultura na produção de saúde: a história da Tenda do Conto. Rev. Bras. Saúde Fam.; 2010; v. 2, n.1: p.53-58.
Feuerwerker LCM. Micropolítica e saúde: produção do cuidado, gestão e formação. Porto Alegre: Rede Unida; 2014.
Dejours C. Subjetividade, trabalho e ação. Rev. Produção. 2004; v. 14, n. 3: p. 27-34.
LOPES JCC. A voz do dono e dono da voz: trabalho, saúde e cidadania no cotidiano fabril. 1º Ed. São Paulo: Hucitec; 2000.
Pitta AMF. Hospital:dor e morte como ofício. 5ª ed. São Paulo: Hucitec; 2003.
Merhy, E.E. Redes Vivas: multiplicidades girando as existências, sinais da rua. In Merhy, E.E. e alls. Avaliação Compartilhada de Saúde – Surpreendendo o instituído nas redes. Livro 1. p. 31-42. Editora Rede Unida. Ebook. 2017. (UFRJ e MINISTÉRIO DA SAÚDE)
Barros JO, Lancman S. A centralidade do trabalho para a construção da saúde. Rev. ter. ocup.; 2016, v.27, n2, p.228-35.
Cruz KT. Agires militantes, produção de territórios e modos de governar: conversações sobre o governo de si e dos outros [Tese]. Rio de Janeiro: Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Rio de Janeiro; 2015.
Dejours C. Tomo II: Trabalho e Emancipação. Sobradinho: Paralelo 15; 2012.
Franco TB. As redes na micropolítica do processo de trabalho. In: Pinheiro R, Mattos RA (Organizadores). Gestão em Redes: práticas de avaliação, formação e participação na saúde. Rio de Janeiro: Cepesc; 2006. p. 459-74.
Brasil. Ministério da Saúde. Política Nacional de Educação Permanente em Saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. Textos Básicos de Saúde, Série Pactos pela Saúde. Brasília: Ministério da Saúde; 2009.
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
Os direitos autorais para artigos publicados neste periódico são do autor, com os direitos de publicação para o periódico. Este periódico é de acesso público, os artigos são de uso gratuito, com atribuições próprias, desde que citada a fonte (por favor, veja a Licença Creative Commons no link a seguir https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/deed.pt_BR).