A formulação e implementação do Programa Mais Médicos e a cooperação com a Organização Pan-Americana da Saúde e Cuba

Autores

DOI:

https://doi.org/10.18310/2446-4813.2018v4n4p33-47

Palavras-chave:

Programa Mais Médicos, Cooperação Internacional, Atenção Primária à Saúde, Análise de Política

Resumo

A escassez de profissionais de saúde em áreas remotas é um problema mundial, dificultando o acesso principalmente de populações vulneráveis aos serviços de saúde. Como uma resposta a essa situação no Brasil foi criado em 2013 o Programa Mais Médicos, tendo como um de seus pontos mais debatidos a cooperação para a vinda de médicos cubanos. Realizou-se um estudo qualitativo com análise documental para analisar a influência de política anterior similar ao Programa Mais Médicos, dos diálogos internacionais com países e organismos internacionais e da cooperação entre Brasil, Organização Pan-Americana da Saúde e Cuba na formulação desta política pública. Evidenciou-se a importância da cooperação na formulação, viabilização da implementação e resultados do Programa Mais Médicos e a necessidade da mesma para garantir o número de médicos demandados pelos municípios, em especial nas cidades e áreas mais vulneráveis, e os efeitos em saúde dessa atuação.

Biografia do Autor

Felipe Proenço Oliveira, Departamento de Promoção da Saúde, Centro de Ciências Médicas, Universidade Federal da Paraíba.

Doutor em Saúde Coletiva pela Universidade de Brasília. Departamento de Promoção da Saúde, Centro de Ciências Médicas, Universidade Federal da Paraíba.

Hêider Aurélio Pinto, Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB)

Hêider Pinto é médico sanitarista, mestre em saúde coletiva e doutorando em políticas públicas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), docente do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB).

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Publicado

2019-06-30

Como Citar

Oliveira, F. P., & Pinto, H. A. (2019). A formulação e implementação do Programa Mais Médicos e a cooperação com a Organização Pan-Americana da Saúde e Cuba. aúde m edes, 4(4), 33–47. https://doi.org/10.18310/2446-4813.2018v4n4p33-47

Edição

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