A DANÇA SÊNIOR SOB A ÓTICA DO BALANCE: UMA ANÁLISE DA COREOGRAFIA RODA ALEGRE

Autores

  • Luana Cecília Nóbrega e Silva IFRJ
  • Ana Claúdia Barbosa IFRJ

Resumo

INTRODUÇÃO: À medida que se envelhece, funções de diversos sistemas e aparelhos do corpo, que antes eram desempenhadas com facilidade, rapidez e destreza, tornam-se complexas e lentas, levando o idoso a um estado funcional que influi diretamente no balance. Nesse contexto, novas concepções e práticas terapêuticas vem sendo desenvolvidas. Na busca por uma estratégia que contemple funções importantes para os idosos que apresentam restrições ou limitações à prática de alguma atividade, encontrou-se na Dança Sênior (DS) movimentos passíveis de serem associados às técnicas terapêuticas, que visam resultados produtivos de forma ativa, dinâmica e recreativa. São escassos os estudos que descrevem a DS como proposta terapêutica, particularmente para incremento do balance, aqui compreendido em toda a sua amplitude conceitual (força muscular, amplitude de movimento, visão, organização sensorial, respostas posturais antecipatórias e pró-ativas, atenção, medo de cair, entre outros subcomponentes). Assim, justifica-se a realização deste estudo com o intuito de avaliar as etapas da coreografia Roda Alegre, e entender como cada movimento pode contribuir de forma positiva para o sistema sensório-motor, maximizando os elementos do balance (biomecânicos, sensoriais, motores e psicocognitivo). OBJETIVO: Analisar uma coreografia da Dança Sênior sob a ótica do balance, identificando os subcomponentes e conceitos correlatos, correlacionando-os com os exercícios terapêuticos propostos na literatura para melhora e manutenção destas funções. METODOLOGIA: Decomposição e análise da coreografia Roda Alegre, correlacionando seus movimentos a cada subcomponente do balance. RESULTADO: A coreografia Roda Alegre foi decomposta em 15 movimentos. Cada um deles foi descrito, contemplando aspectos como os planos corporais onde ocorreram os movimentos, os segmentos corporais mais solicitados, os atributos do balance correlatos e os exercícios terapêuticos que se assemelham aos movimentos realizados na coreografia. Observou-se, com clareza, que os movimentos descritos não contemplavam apenas os conceitos do balance que a eles foram atrelados, sendo isto feito apenas por questões didáticas. Para realizar a dança, o idoso estará desempenhando habilidades simultâneas nos sistemas que compõem o balance, havendo movimentos da coreografia que assumem uma complexidade mediana em duas esferas significantes: cognitiva e motora. Assim, temos movimentos que trabalham o sistema atencional com dupla-tarefa; que demandam a redistribuição do esquema corporal; que recrutam o SNC para que capte dados necessários a fim de perceber sua posição num determinado espaço, informe a direção e localização de elementos e pessoas em movimento. Quanto à relação com os exercícios terapêuticos, de forma geral, favorecem significativamente a amplitude articular e muscular de maneira global, ajudam a manter a elasticidade e contratilidade fisiológica dos músculos, propriedades necessárias para as habilidades funcionais do dia-a-dia. CONCLUSÃO: Como produto final desta análise, foi possível identificar que há relação entre a Dança Sênior e os Exercícios Terapêuticos, e que estes potencializam o controle do balance. Os dados encontrados neste estudo mostram que a prática regular da DS pode promover efeitos benéficos para o balance e atuar de forma preventiva, no âmbito biopsicossocial, visando reduzir o risco de quedas em idosos, sobretudo, quando o intuito é a manutenção da funcionalidade no idoso.