ASSOCIAÇÃO ENTRE ATENDIMENTO FISIOTERAPÊUTICO E OCORRÊNCIA DE DOENÇAS MUSCULOESQUELÉTICAS EM MULHERES ACIMA DE 50 ANOS ATENDIDAS NA ATENÇÃO BÁSICA

Autores

  • Carolina Rodrigues Bortolatto UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA JÚLIO DE MESQUITA FILHO UNESP
  • Monique Yndawe Castanho Araujo UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA JÚLIO DE MESQUITA FILHO UNESP
  • Dayane Cristina Queiroz UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA JÚLIO DE MESQUITA FILHO UNESP
  • Eduardo Pereira da Silva UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA JÚLIO DE MESQUITA FILHO UNESP
  • Izabela dos Santos Ferro UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA JÚLIO DE MESQUITA FILHO UNESP
  • Kelly Akemi Kikuti Koyama UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA JÚLIO DE MESQUITA FILHO UNESP
  • Jamile Sanches Codogno UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA JÚLIO DE MESQUITA FILHO UNESP

Resumo

INTRODUÇÃO: O Sistema Único de Saúde (SUS) tem como porta de entrada a Atenção Básica, a qual fundamentada na realidade epidemiológica da população atendida busca romper com o modelo biomédico vigente, através da reestruturação de ações de promoção da saúde e prevenção de doenças. Nesse contexto, a fisioterapia inserida na Atenção Básica, por meio da Unidade Básica de Saúde (UBS), passa por esse processo de transformação, através da análise da demanda e das características da população atendida. Dentre o campo de atuação do fisioterapeuta, encontram-se as doenças musculoesqueléticas (DME), que são geradas pelo uso incorreto ou excessivo da mecânica corporal e pelo envelhecimento. As DME vêm aumentando progressivamente nos últimos anos, acarretando danos à saúde e onerando o SUS com a necessidade de consultas, exames, medicamentos e tratamentos. OBJETIVO: Analisar se a presença de doenças musculoesqueléticas está associada com a procura por sessões fisioterapêuticas em mulheres atendidas na Atenção Básica do SUS. METODOLOGIA: Estudo de caráter transversal, realizado na cidade de Presidente Prudente/SP, o qual avaliou mulheres atendidas em duas UBS, com idade acima de 50 anos. A investigação do histórico de doenças musculoesqueléticas foi realizada por meio de inquérito de morbidades referidas, que possui informações sobre presença de doenças e uso de medicamentos. A ocorrência de sessões fisioterapêuticas foi avaliada por meio de análise de prontuários, retroagindo 12 meses a data da avaliação. Para análise estatística foi utilizado o teste qui-quadrado e regressão logística (expressa em valores de odds ratio [OR] e intervalos de confiança de 95% [IC95%]), com significância estatística estabelecida em valor p<5%. RESULTADO: A amostra foi composta por 354 mulheres com média de idade 60,5±8,7(45 a 88 anos). A ocorrência de sessões de fisioterapia foi de 13,1% (n= 47). Não houve associação entre sessão fisioterapêutica e diagnóstico de osteoporose (p valor= 0,107) e artrite/artrose (p-valor= 0,142), por outro lado, mesmo após os ajustes feitos (idade, etnia e condição econômica), a ocorrência de sessões fisioterapêuticas mantiveram-se elevadas entre mulheres com diagnostico de hérnia de disco (OR= 4.05 [IC95%: 2.06 - 7.95]), lombalgia (OR= 2.50 [IC95%: 1.30 - 4.84]) e escoliose (OR= 2.77 [IC95%: 1.40 - 5.50]). CONCLUSÃO: Mulheres com diagnóstico de doenças musculoesqueléticas localizadas na coluna vertebral (hérnia de disco, lombalgia e escoliose) apresentaram maior ocorrência de consultas fisioterapêuticas, sinalizando que ações no âmbito da Atenção Básica para a população estudada deveriam ser norteadas pela educação em saúde, tendo em vista a prevenção do quadro álgico, reabilitação de agravos e manutenção da funcionalidade. Competem aos gestores o desenvolvimento e aplicação de políticas que possam colaborar com a diminuição dos agravos e do impacto econômico e social destas doenças.