COMPARAÇÃO DO PERFIL SÓCIODEMOGRÁFICO E ECONÔMICO DE IDOSOS RESTRITOS AO LAR DE DUAS UNIDADES DE SAÚDE DA FAMÍLIA

Autores

  • Gracielle Pampolim ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE VITÓRIA - EMESCAM
  • Vanezia Gonçalves da Silva ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE VITÓRIA - EMESCAM
  • Luciana Carrupt Machado Sogame ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE VITÓRIA - EMESCAM

Resumo

INTRODUÇÃO: Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE a população brasileira vem envelhecendo aceleradamente nas últimas décadas. A atual política de saúde do idoso preconiza que a articulação entre o setor de saúde e o indivíduo idoso deve ser feito através da Estratégia Saúde da Família (ESF), que por sua vez representa a porta de entrada do SUS através da atenção primária, e por meio dela é possível estabelecer um suporte qualificado e constante tanto aos idosos quanto aos seus familiares e cuidadores. Entretanto, para isso, é necessário que as equipes da ESF detenham o conhecimento acerca do perfil sócio demográfico e econômico dos idosos assistidos, para que assim seja possível traçar medidas e ações que visem a melhor gestão dos cuidados prestados a estes. OBJETIVO: Traçar e comparar o perfil sóciodemográfico e econômico de idosos restritos ao lar de duas Unidades de Saúde da Família (USF) geograficamente vizinhas. METODOLOGIA: Procedeu-se um estudo descritivo, quantitativo do tipo transversal nas USF de Santa Luíza e Itararé. Em fevereiro de 2014, a USF de Santa Luíza possuía 3.716 idosos (idade ? 60 anos), enquanto a USF de Itararé apresentava 1.116 idosos adscritos. Foi selecionada uma amostra de conveniência de 178 idosos, sendo 114 (64%) de Santa Luíza e 64 (36%) de Itararé, estes idosos foram submetidos a entrevista semiestruturada, entre abril a novembro de 2014. Foram coletadas as seguintes informações: sexo, idade, raça, escolaridade, renda individual e familiar, contribuição para a renda familiar, presença de filhos e de residência multigeracional. A análise dos dados deu-se através o teste Qui-Quadrado ou Exato de Fischer (quando uma ou mais frequências esperadas foi inferior a 5), com nível de significância de p. <0,05. RESULTADO: Quanto ao perfil identificado nas amostras pesquisadas, encontramos em linhas gerais uma população feminina (80%), com idade média de 83,8 ± 7,8 anos, autodeclarados brancos (74%), de baixa escolaridade (52%) e renda individual (40%) e familiar (36%), contribuindo ativamente para renda familiar (86%), com filhos (90%) e coabitando em residências multigeracionais (53%). Na análise comparativa, encontramos diferenças estatisticamente significantes (p. <0,05), onde os idosos da USF de Santa Luíza apresentaram-se predominantemente brancos, com melhor nível de escolaridade e renda, menos filhos, e coabitando em menos residências multigeracionais, quando comparados àqueles assistidos pela USF de Itararé. CONCLUSÃO: O perfil sócio econômico e demográfico encontrado é semelhante ao disposto na literatura, e vem fortalecer o conceito de feminilização do envelhecimento. Entretanto, notou-se drásticas heterogeneidades nos perfis comparativos entre as USF estudadas, ressaltando o abismo social existente entre indivíduos que residem em regiões geograficamente tão próximas, mas que apresentam realidades tão diferentes, uma vez que os territórios das USF estudadas são separados apenas por uma avenida principal. Ademais, faz-se necessário salientar a escassez de estudos nacionais que abordem questões relacionadas ao idoso restrito ao lar, o que pode vir a tornar essa população, que tanto carece de atenção, invisível aos olhos da sociedade científica e do governo.