EFICÁCIA DA TOSSE DE INDIVÍDUOS CADEIRANTES COM LESÃO MEDULAR

Autores

  • Morghana Ferreira Ambrosim ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA - EMESCAM
  • Taynara Ribeiro Batalha ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA - EMESCAM
  • Christiane Boaventura Lourenço ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA - EMESCAM
  • Roberta Ribeiro Batista Barbosa ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA - EMESCAM

Resumo

INTRODUÇÃO: A ocorrência mundial de lesão medular ao ano é estimada entre nove a cinquenta casos por milhão de habitantes e no Brasil estima-se mais de 10 mil novos casos. A medula íntegra é importante para controlar o sistema nervoso, os músculos respiratórios, a caixa torácica, o pulmão e a pleura e para permitir uma adequada expansão pulmonar, ventilação e troca gasosa. Quando há o comprometimento da medula a função respiratória pode ficar prejudicada, resultado de alterações na mecânica respiratória, devido ao comprometimento da musculatura respiratória e da posição sentada assumida por esses indivíduos. Essas alterações na mecânica respiratória promovidas pela lesão medular podem afetar a tosse. Quando há o comprometimento da tosse, a permeabilidade das vias aéreas e, por conseguinte a ventilação pulmonar podem ficar prejudicadas. Diante da escassez de estudos sobre o presente tema no Espírito Santo, notou-se a necessidade de avaliar a tosse de indivíduos cadeirantes com lesão medular. OBJETIVO: Este trabalho tem por objetivo verificar a eficácia da tosse, e correlacioná-la com tempo de cadeira de rodas e nível de lesão. METODOLOGIA: A metodologia utilizada trata-se de uma pesquisa aplicada, explicativa e quantitativa, compondo um estudo de série de casos com coleta de dados transversal e com uma amostra de 23 pacientes. Por meio de uma ficha elaborada pelas autoras foram coletados dados referentes ao perfil dos pacientes, o nível e extensão da lesão foram avaliados pela escala ASIA. O pico de fluxo da tosse (PFT) foi mensurado através de um Peak Flow. As variáveis foram descritas em mediana, mínimo e máximo e foi realizado o teste de correlação de Pearson. RESULTADO: Os resultados mostram que dos 23 indivíduos participantes da pesquisa 13 eram tetraplégicos e 10 paraplégicos, em sua maioria homens com média de idade de 32,4 ±8,1 anos. Os valores encontrados sugerem que os pacientes tetraplégicos tendem a apresentar um PFT menor do que os pacientes paraplégicos, observamos que os tetraplégicos, apresentaram uma mediana do PFT de 390L/min (160,770) e os paraplégicos uma mediana do PFT de 495L/min (240, 900). Encontramos uma correlação negativa, moderada e estatisticamente significativa entre o tempo de cadeira de rodas e o PFT (r²=0,45, n= 23, p=0,014), indicando que o PFT diminui à medida que aumenta o tempo de cadeira. CONCLUSÃO: Concluímos que quanto mais alto o nível da lesão medular e quanto maior o tempo de cadeira de rodas maior o comprometimento da função pulmonar, resultando em redução na força da tosse. Identificamos que esses indivíduos necessitam de acompanhamentos regulares e que existe no estado do Espírito Santo escassez de acessibilidade aos serviços de saúde, conscientização e educação em saúde. Destaca-se, portanto a importância das pesquisas científicas, com a finalidade de evidenciar as necessidades dessa população.