FISIOTERAPIA NA SAÚDE DO TRABALHADOR: ESTUDO DE CASO DE UM MOTOTAXISTA

Autores

  • Anna Karoline Dias Rocha UNIVERSIDADE CATÓLICA DOM BOSCO
  • Caroline Lencine dos Santos UNIVERSIDADE CATÓLICA DOM BOSCO
  • Dayse Nágila de Souza Lima UNIVERSIDADE CATÓLICA DOM BOSCO
  • Nelson Kian UNIVERSIDADE CATÓLICA DOM BOSCO

Resumo

INTRODUÇÃO: Uma das profissões que mais crescem no mercado informal de trabalho brasileiro é a dos mototaxistas devido à autonomia que esses profissionais têm, além de apresentar um instrumento de trabalho de baixo custo de aquisição e manutenção. O uso da motocicleta como instrumento de trabalho, contribui para o aumento das estatísticas de acidentes de trânsito e apresenta várias lesões ocupacionais. OBJETIVO: Este estudo teve como objetivo melhorar a qualidade de vida do trabalhador, verificar as condições biopsicossociais, ergonômicas do trabalhador e riscos do Posto de Trabalho, elaborar um Plano de intervenção fisioterapêutica e verificar os resultados dessa intervenção. METODOLOGIA: Foi aplicado um questionário em forma de entrevista com um mototaxista de 30 anos, da cidade de Campo Grande - MS, contendo dados demográficos, dados profissionais, fatores de risco e agravos à saúde dos mototaxistas e vida social, teste de Lipp para verificar possível estresse do trabalhador, principais queixas de problemas de saúde do trabalhador, local de dor referida, sendo esta avaliada pelo mototaxista através da Escala Analógica da Dor (EVA), aplicação da Escala de Gravidade de Fadiga (FSS), Escala de REBA e Tabela Moore e Garg. RESULTADO: O trabalhador possui uma jornada de trabalho de 78 horas semanais, sendo considerada exaustiva podendo acarretar prejuízos à saúde. O mototaxista diz sentir a visão fraca e cansada a cada final de expediente, relatou estresse e acredita ser por causa do ambiente de trabalho turbulento, diz apresentar dores do lado direito do membro superior, principalmente no punho, podendo ser como causa o movimento repetitivo de extensão e flexão do punho para aceleração e desaceleração da motocicleta. Na Escala de Severidade de Fadiga (FSS) o mototaxista apresentou resultado inferior a 36 pontos, o que indica que ele não sofre de fadiga. Na Escala de Moore e Garg, esta tarefa oferece alto risco de lesão já que apresentou resultado de 20,25 pontos e segundo a Escala de REBA, a postura adotada pelo trabalhador durante o movimento de aceleração da motocicleta possui baixo risco de lesão e pode ser necessária ação para prevenção. O projeto de intervenção foi realizado apenas durante 6 dias, pois o trabalhador sofreu um acidente de trânsito ocasionando torsão do tornozelo e ficou afastado do serviço por 7 dias, no entanto, o mototaxista relatou que realizou os exercícios de alongamento antes, durante e após o expediente e exercícios de fortalecimento muscular do membro superior após o expediente, diminuiu a quantidade de movimentos de aceleração já que o mesmo o fazia muitas vezes sem necessidade, diminuindo a pontuação 05 na EVA, tendo diminuição de 01 ponto após intervenção. CONCLUSÃO: O trabalhador apresentou ter conhecimento a respeito da legislação de trânsito e dos equipamentos de segurança recomendados. Durante a entrevista, pode-se perceber que o trabalhador realiza exercícios físicos sabendo da sua importância em ter uma boa qualidade de vida e a Fisioterapia pode ser aliada para uma melhor atuação no ambiente de trabalho à partir de suas intervenções.