PERFIL ANTROPOMÉTRICO, HORMONAL E UROGINECOLÓGICO DE MULHERES COM E SEM INCONTINÊNCIA URINÁRIA ATENDIDAS PELO SERVIÇO DE FISIOTERAPIA DE UM HOSPITAL ESCOLA
Resumo
INTRODUÇÃO: Incontinência urinária (IU) é definida como qualquer perda involuntária de urina objetivamente demonstrável que acomete mulheres de todas as idades. Estima-se que 60% das mulheres acima de 60 anos apresentem IU. Sabe-se que a IU é multifatorial, mas pode haver fatores que contribuem para sua ocorrência. OBJETIVO: Apresentar o perfil antropométrico, hormonal e uroginecológico de mulheres continentes e incontinentes urinárias. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo transversal, descritivo e exploratório vinculado ao projeto intitulado Atenção fisioterapêutica à mulher climatérica: aspectos de incontinência urinária e oncologia mamária", realizado com aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) sob parecer nº 912.830. Os dados foram obtidos por meio de questionário semiestruturado. As variáveis analisadas foram idade, índice de massa corporal (IMC), idade da menarca, idade da menopausa, número de gestações, presença de lesão perineal e a realização de cirurgias ginecológicas. As mulheres foram divididas em 2 grupos, o grupo controle de mulheres continentes (GC) e o grupo de incontinência urinária (GIU). A coleta de dados ocorreu entre junho de 2015 e março de 2016. Para as variáveis contínuas foram utilizados os testes T não pareado e Mann-whitney e para as variáveis categóricas foi utilizado o teste Qui-quadrado, sendo de 5% o nível de significância adotado. RESULTADO: Participaram do estudo 40 mulheres, sendo (GC) n =20 e (GI) n =20. A média de idade do GC foi de 55,7 anos e do GIU foi de 61 anos (p=0,173). O IMC médio do GC foi de 27,77 Kg/m² e do GIU foi de 28,85 Kg/m² (p=0,447). Quanto à menarca, no GIU a idade média encontrada foi de 13 e do GC foi de 11,8 anos (p=0,031). Com relação à menopausa, no GIU a idade média foi 47,66 e no GC foi de 45,11 anos (p=0,078). Em relação à gestação no GIU 18 mulheres gestaram enquanto que no GC foram 19 mulheres (p=0,188). No que se refere à lesão perineal, 6 do GIU e 3 do CG relataram ter tido lesão perineal (p=0,273). Sobre a realização de cirurgias ginecológicas, no GIU 12 e no GC 3 mulheres realizaram cirurgias ginecológicas (p=0,008). CONCLUSÃO: Os resultados desse estudo demonstram que as pacientes incontinentes diferiram-se das continentes em relação a idade da menarca e a realização de cirurgias ginecológicas. Tendo em vista a elevada prevalência da IU em mulheres e o fato de ser uma patologia muitas vezes subestimada, cabe destacar os fatores que podem, ao longo da vida, vir a somar para a ocorrência da patologia. O conhecimento de tais fatores é condicionante para a promoção da saúde e da qualidade de vida da mulher.Edição
Seção
Trabalhos de Pesquisa - Eixo I Atenção Integral à Saúde
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