QUALIDADE DE VIDA E TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO NA PERCEPÇÃO DE PACIENTES ATENDIDOS EM UMA CLÍNICA ESCOLA DE FISIOTERAPIA

Autores

  • Mariana da Silva Rodrigues UNIVERSIDADE FEEVALE
  • Marielly de Moraes UNIVERSIDADE FEEVALE

Resumo

INTRODUÇÃO: Nas últimas décadas, qualidade de vida (QV) passou a ser estudada em diversas áreas do conhecimento, mas ainda não existe uma definição. No âmbito da saúde é possível identificar interesse crescente por este tema, porém poucos estudos envolvem QV e tratamento fisioterapêutico na percepção dos pacientes, sendo a maior parte relacionados à efetividade dos tratamentos ou a uma determinada patologia. OBJETIVO: Neste contexto o presente estudo teve como objetivo analisar a percepção de pacientes atendidos em uma clínica escola de fisioterapia sobre sua QV e o tratamento fisioterapêutico. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo do tipo descritivo-exploratório de corte transversal de análise qualitativa. Ocorreu entre os meses de março e abril de 2016, e foi desenvolvido por meio da aplicação de um questionário com perguntas sociodemográficas e sobre a condição de saúde; e de uma entrevista semiestruturada. Para análise dos dados foi utilizada análise de conteúdo. A amostra foi composta de 19 participantes atendidos no turno da tarde em uma Clínica Escola de Fisioterapia do Vale do Sinos - RS, sendo 5 homens e 14 mulheres. RESULTADO: Os entrevistados apresentaram uma média de idade de 47,8±14,7 anos, variando de 24 a 67 anos, a maioria é casada com baixo nível de escolaridade, aposentado/pensionista. Na análise da condição de saúde observou-se a prevalência de participantes com diagnóstico de hérnia de disco e hipertensão arterial sistêmica como comorbidade. O tempo predominante de tratamento fisioterapêutico nesta clínica é de 1 a 2 anos sendo uma sessão por semana atualmente. Em relação aos hábitos de vida, a maioria não pratica atividade física. Nos resultados das entrevistas em se tratando da percepção dos participantes, identificou-se que QV é: estar bem consigo mesmo, ter família e amigos, poder realizar atividades cotidianas de maneira independente, dispor de boas condições de saúde e financeiras. Com relação ao que poderia melhorar a QV dos entrevistados, as respostas referem-se à recuperação da saúde ou cura da doença; já o que influenciaria negativamente sua QV seria o agravamento da condição de saúde. A maioria considera dispor de uma boa QV. Todos percebem que o tratamento fisioterapêutico influência na QV pelos seus benefícios, além de ter importância para sua saúde principalmente na melhora de aspectos funcionais e quadro álgico. Depositam muitas expectativas de melhora no tratamento fisioterapêutico e manifestam certa dependência em relação ao tratamento. Convívio social, acolhimento e a criação de vínculo com outros pacientes e com a equipe apareceram como pontos positivos nos relatos; já o tempo ociosos na sala de espera foi referido de forma negativa. CONCLUSÃO: Os resultados deste estudo comprovaram o quanto a fisioterapia é benéfica para QV assim como para a saúde dos usuários deste serviço. O tempo ociosos na sala de espera é um ponto que se sugere ser melhor analisado pois gera ansiedade e pode inclusive influenciar na eficácia e eficiência do atendimento. Esses resultados poderão servir como um instrumento de aperfeiçoamento da prática e despertar de novos olhares dos profissionais de saúde/estagiários que atendem na clínica escola.