REAVALIAÇÃO DA FORÇA DA MUSCULATURA EXPIRATÓRIA E DA TOSSE DE PACIENTES COM DOENÇAS NEUROMUSCULARES PROGRESSIVAS

Autores

  • Morghana Ferreira Ambrosim ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA - EMESCAM
  • Taynara Ribeiro Batalha ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA - EMESCAM
  • Roberta Ribeiro Batista Barbosa ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA - EMESCAM

Resumo

INTRODUÇÃO: As doenças neuromusculares (DNM) podem acometer o sistema nervoso periférico e a manifestação dos sintomas se diferenciam quanto ao tipo de musculatura atingida, a idade de início dos sintomas e o quadro evolutivo específico de cada doença. Uma tosse eficaz é gerada quando há aumento da pressão intratorácica resultado da compressão dinâmica das vias aéreas, promovida pela musculatura expiratória, consequentemente, a fraqueza desta musculatura pode promover redução da velocidade linear do gás e diminuição da eficácia da tosse. OBJETIVO: Verificar a força muscular expiratória e o pico de fluxo da tosse, comparando 2013 com 2010 e o ideal, bem como a correlação entre estas variáveis, associando a ocorrência de pneumonias nos últimos 3 anos. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo transversal realizado no Centro de Reabilitação Física do Espírito Santo - CREFES, com uma amostra de 17 pacientes avaliados em 2010. Foram coletados dados referentes ao perfil dos pacientes e número de pneumonias desde 2010. A avaliação da força muscular expiratória (Pemax) foi realizada através da manovacuometria. O pico de fluxo da tosse (PFT) foi medido através do peak flow meter, sendo considerado menor 270 l/min dificuldade de eliminar secreção e menor que 160 l/min uma tosse ineficaz. Foi realizado analise descritiva e estatística através do coeficiente de correlação de Pearson. RESULTADO: Dos 17 pacientes selecionados, foram estudados 9 pacientes, sendo 8 do sexo masculino e 1 do sexo feminino. Foram excluídos 8 pacientes, sendo 2 por óbito, 3 não foram localizados, 2 se recusaram, 1 paciente estava traqueostomizado. Ao avaliar a eficácia da tosse, por meio do pico de fluxo da tosse (PFT), 1 paciente apresentou PFT de 270 l/min, 6 apresentaram PFT entre 270 l/min e 160 l/min e 2 com PFT. < 160 l/min, já são caracterizados por uma tosse ineficaz, ao comparar com 2010 5 apresentaram melhores valores em 2013. Ao comparamos os valores de Pemax medidos em 2013 com o ideal, encontramos 100% dos pacientes com valores abaixo do predito e ao comparar com 2010 5 pacientes apresentaram uma melhora nos valores mensurados. Dos 9 pacientes, 3 tiveram pneumonia nos últimos 3 anos e destes 2 apresentaram um PFT e uma Pemax abaixo do ideal. Foi encontrado uma correlação forte e estatisticamente significante entre Pemax e PFT e entre o PFT em 2010 e PFT em 2013. CONCLUSÃO: Concluímos que a força muscular expiratória estava reduzida em todos os pacientes. Em relação a tosse foi observado que apenas um paciente apresentava tosse eficaz, sendo os demais classificados com uma dificuldade de remover secreção, aumentando o risco de infecções. Não encontramos redução significativa da Pemax e PFT no período de 3 anos. Uma forte correlação foi encontrada entre a força muscular expiratória (Pemax) e pico de fluxo da tosse (PFT). Foi observado a ocorrência de pneumonia em 3 pacientes, sendo que 2 deles tinham redução de força muscular respiratória e do pico de fluxo da tosse.