FISIOTERAPIA, FORMAÇÃO E SAÚDE COLETIVA: UM ESTUDO EM UMA UNIVERSIDADE PÚBLICA NA BAHIA

Autores

  • Marcio Costa de Souza UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
  • Kaline Lemos Silva UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA

Resumo

INTRODUÇÃO: A inserção do Fisioterapeuta na Atenção Primária à Saúde (APS) representa a ampliação do seu campo de atuação para além da reabilitação, demonstrando que esse profissional não se limita ao nível secundário e terciário da saúde. As ações da Fisioterapia não se restringem ao caráter reabilitador, elas englobam ações de promoção e prevenção à saúde, as quais devem estar presentes na atuação de todo profissional de saúde. OBJETIVO: O estudo teve como objetivo analisar sob a ótica dos discentes e docentes do curso de Fisioterapia de uma Universidade Pública da Bahia a atuação do Fisioterapeuta na Atenção Primária à Saúde. METODOLOGIA: Para tanto, utilizou-se uma abordagem qualitativa, realizada por meio de entrevista semiestruturada com oito participantes escolhidos por conveniência, representando dois grupos: grupo I composto por 4 discentes e grupo II por 4 docentes. Os dados foram submetidos à análise de conteúdo, emergindo quatro categorias: Atuação do Fisioterapeuta na Atenção Primária; Caráter Reabilitador e Tecnicista; Inserção do Fisioterapeuta na Atenção Primária e Fisioterapia e Saúde Coletiva. RESULTADO: A pesquisa revelou desconhecimento por parte dos entrevistados em relação às possibilidades de atuação do Fisioterapeuta no nível primário. No que se refere à inserção da profissão na Atenção Primária à Saúde, percebe-se que diversos fatores contribuem para uma incipiente participação dos Fisioterapeutas, no qual a formação destes profissionais pela academia tem sido um dos mais importantes produtores. Foi possível perceber um movimento de mudança na formação acadêmica com as práticas subjetivas do cuidado,pois estudantes tem uma oportunidade no início do curso de ações na Atenção Primária com ações de territorialização, diagnóstico situacional da comunidade e um projeto de Intervenção voltado para a promoção da saúde, esta experiência é realizada com estudantes de outros cursos da área de saúde em turmas compartilhadas, no entanto, a matriz curricular do curso de Fisioterapia ainda apresenta o predomínio do caráter reabilitador principalmente no eixo profissionalizante. A influência mercadológica privatista ainda é uma lógica predominante na formação deste estudante. Outra condição que aparece é a formação do docente que é pautada no tecnicismo e reabilitação, que reforça nas práticas pedagógicas no cotidiano de ensino desta instituição. CONCLUSÃO: A formação do Fisioterapeuta não atende as demandas do SUS, já que as ações de atenção integral à saúde não são priorizadas nos componentes curriculares do eixo profissionalizante, o que demonstra uma grande desvalorização da saúde coletiva como campo de conhecimento e local de trabalho.