A ESTIMATIVA RÁPIDA PARA O DIAGNÓSTICO SOCIOSANITÁRIO NOS TERRITÓRIOS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Resumo

INTRODUÇÃO: As mudanças econômicas, políticas e culturais têm sido fortemente capazes de mobilizar o campo da saúde coletiva para adoção de novas ferramentas teóricas, metodológicas e conceituais para uma melhor compreensão das condições de vida das comunidades em seus territórios de abrangência e permitindo um planejamento dos serviços de saúde voltado para a promoção, prevenção, recuperação e manutenção da saúde coletiva e individual. Para que estas ações sejam viabilizadas torna-se necessário que as mesmas sejam adequadamente escolhidas para cada situação específica. Portanto, compreender a realidade cultural, ambiental, social e de saúde na qual as pessoas vivem, constitui uma estratégia para qualificar a gestão em saúde. Neste sentido, objetivou através deste estudo analisar a distribuição espacial das características sócio-econômicas, culturais, demográficas e epidemiológicas da área de abrangência de uma Unidade de Saúde da Família, do município de Anápolis. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: O presente trabalho tem um caráter descritivo e nasce da necessidade de demonstrar, por meio de um relato de experiência as ações interdisciplinares desenvolvidas pelos discentes, do segundo período, no curso de Fisioterapia, do Centro Universitário de Anápolis, sob supervisão de professores da disciplina Programa de Integração na Saúde da Comunidade (PISCO II) e através dos conteúdos pautados nas diretrizes da Atenção Primária à Saúde, os acadêmicos, através de aulas práticas problematizadoras, desenvolvem ações na comunidade para um diagnóstico situacional das condições de moradia, ambientais, socioculturais, econômicas e epidemiológicos de uma micro-área de atuação das Equipes da Estratégia de Saúde da Família. Para a compreensão dessa realidade adotou-se a Técnica da Estimativa Rápida (TER) como ferramenta metodológica. A TER baseia-se em detectar um conjunto de problemas de uma determinada população em um curto período de tempo e sem grandes gastos, utilizando-se da percepção da própria população. Os dados levantados são coletados nos registros escritos existentes ou fontes secundárias, na observação ativa da área e em entrevistas com informantes-chave, utilizando roteiros ou questionários curtos. Toda essa vivência é documentada por meio de um diário de campo e após o levantamento e a coleta de informações, a análise de dados e a identificação dos principais problemas da população os alunos realizam oficinas em sala de aula para compartilharem suas experiências com outros colegas e professores e elaboram um pré-projeto de Educação em Saúde para ser desenvolvido no semestre seguinte e intervirem na realidade da comunidade para minimizar os problemas identificados. IMPACTOS: Essa vivência permitiu desenvolver um processo de ação-reflexão-ação na realidade do território e integrar as equipes de saúde que imperativamente contribuiu para uma melhor integração do ensino-serviço-comunidade, além, de desenvolver nos discentes uma prática reflexiva e crítica sua contribuição e transformação da realidade durante o desenvolvimento do tema, ao ampliar suas compreensões sobre a Metodologia Ativa e ver na atenção primária a saúde uma oportunidade de ampliar seus campos de atuação. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A realização deste trabalho, além de gerar dados para auxiliar a equipe de saúde no planejamento de suas ações, possibilitou a participação da comunidade no reconhecimento dos problemas da área em que vive.