A IMPORTÂNCIA DO CUIDADO AO CUIDADOR: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores

  • Caroline Lencine dos Santos UNIVERSIDADE CATÓLICA DOM BOSCO
  • Gabrriela Mori dos Santos UNIVERSIDADE CATÓLICA DOM BOSCO

Resumo

INTRODUÇÃO: No Brasil há muitas pessoas com algum tipo de deficiência, de acordo com os dados do Censo Demográfico de 2010, 45, 6 milhões de pessoas declararam possuir algum tipo de limitação. No estado de Mato Grosso do Sul são abrigados 699.869 destas pessoas, sendo que 224.392 residem na capital do estado, totalizando (28,6%) da população geral do município de Campo Grande. As deficiências motoras apresentadas pelos habitantes de Campo Grande foram classificadas em: 33.242 pessoas com deficiência motora "com alguma dificuldade", 13.674 pessoas "com grande dificuldade" e 3.331 pessoas "que não conseguem de modo algum" realizar alguma atividade motora. E os indivíduos que não conseguem de modo algum realizar as atividades necessitam de cuidadores e, estes acabam sendo sobrecarregados, porque simultaneamente com o cuidado são realizadas atividades do dia-a-dia, o que gera sobrecarga física, psíquica, renúncia ao emprego, mudanças na rotina familiar e conjugal, além do desleixo com a própria saúde em prol da sua função de cuidador. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: Durante a realização de um projeto que tinha entre seus objetivos estudar a sobrecarga sobre os cuidadores de pacientes acamados, foi possível averiguar em alguns relatos insatisfação com a função que estes realizavam, já que pra isso era necessário abdicar da sua vida pessoal e profissional. No entanto, no momento de responder a avaliação de sobrecarga de cuidador por meio do instrumento Burden Interview, as respostas ao questionário eram distintas do que era relatado sobre o dia-a-dia. IMPACTOS: Percebeu-se que o cuidador tende a negligenciar sua própria saúde física e mental, bem como seu próprio bem-estar e, em especial, sua vida social, revelando um enorme sacrifício em nome da saúde de seu ente querido. O Burden Interview revelou-se um instrumento pouco efetivo na mensuração da sobrecarga ao cuidador, porque existe uma negação dos danos a si mesmo por parte deles. Isso foi devido principalmente ao vínculo com o paciente, já que ao serem indagados sobre a razão de não colocarem no papel o que expuseram verbalmente, os cuidadores em sua maioria respondiam que apesar dos desgastes, o que eles faziam não poderia ser considerado como um fator prejudicial a sua saúde, pois se tratava de uma obrigação, principalmente quando existia algum grau de parentesco com o acamado em questão. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Posto isso, revelou-se a necessidade de um olhar também para o cuidador e voltar os pensamentos para a elaboração de Políticas Públicas, além de preparar imediatamente profissionais da área da saúde para atender a demanda desse novo público que vem surgindo com o passar dos anos.