CONSTRUINDO POSSIBILIDADES EM EDUCAÇÃO EM SAÚDE A PARTIR DE EXPERIÊNCIAS COM GRUPOS ITINERANTES EM UMA UNIDADE DE SAÚDE DA FAMÍLIA (USF) NO SUL DO BRASIL

Autores

  • Cássio Ferreira Rollino UNIVERSIDADE FEEVALE
  • Marielly de Moraes UNIVERSIDADE FEEVALE
  • Jorge Luiz de Andrade Trindade UNIVERSIDADE FEEVALE
  • Ivanice Nolio Morello UNIVERSIDADE FEEVALE

Resumo

INTRODUÇÃO: Dentre as abordagens destinadas ao cuidado em saúde utilizadas no campo da Atenção Básica está o trabalho com grupos. Este se constitui como uma importante alternativa para as práticas de atenção à saúde como forma de trabalhar a valorização dos diversos saberes e intervir no processo saúde/doença/qualidade de vida a partir da promoção da saúde, e prevenção de doenças e agravos, por meio do diálogo entre os profissionais de saúde e a comunidade participante. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: Este relato descreve uma experiência de ensino - serviço - comunidade que envolve a realização de grupos de educação em saúde itinerantes no território de uma USF em uma cidade no Sul do Brasil. A partir da chegada do estágio curricular do curso de fisioterapia na USF foi realizado, junto à equipe, o planejamento de atividades. Considerando as características da comunidade ocorreu a ideia da realização de grupos itinerantes que percorressem algumas casas em ruas distintas como alternativa para a participação de usuários de diferentes microáreas, para o desenvolvimento de atividades de educação em saúde. A organização se deu com o auxílio da coordenadora e das Agentes Comunitárias de Saúde (ACS) que divulgaram a ideia aos moradores e combinaram em três residências distintas o início das atividades. Os encontros ocorreram quinzenalmente, no primeiro semestre de 2016. Os moradores que se sentiam à vontade para receber, convidavam seus vizinhos para a reunião em suas casas, sendo que o número de participantes variou de 10 a 16. O local, sempre combinado previamente, mudava conforme a disponibilidade dos participantes. Os assuntos foram variados, dentre eles: cuidados com a coluna; orientações para atividades de vida diária, dores musculares, incontinência urinária, depressão, alimentação saudável; escolhidos previamente pelos participantes do grupo. Os grupos contavam sempre com a participação dos estagiários e docente de fisioterapia e de uma ACS e eventualmente com estagiárias da enfermagem e enfermeira da USF. IMPACTOS: A modalidade grupos itinerantes foi muito bem acolhida pelos participantes. O grupo respeitou as especificidades e singularidades de cada indivíduo, privilegiando um melhor entrosamento e estreitamento do vínculo. A equipe, docente e estagiários foi sempre recebida com muito carinho pela comunidade que se manifestou interessada e participativa em todos os encontros. A metodologia adotada, de roda de conversa, criou um ambiente rico de diálogo e troca onde todos os participantes se sentiram à vontade para expor seus pontos de vista, dúvidas e críticas. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A abordagem neste formato de grupo, pouco tradicional, favoreceu a participação e o crescimento de todos os envolvidos, tanto no aspecto pessoal quanto profissional. Os grupos intensificaram a rede de suporte e apoio entre os vizinhos e a equipe, aproximando os usuários aos profissionais e à USF. Os participantes referiram ter gostado muito de receber em suas casas, bem como evidenciaram relevância terapêutica por favorecerem o diálogo horizontalizado, abordarem informações importantes sobre saúde/doença/qualidade de vida e esclarecerem suas dúvidas na medida em que elas eram manifestadas. Os grupos itinerantes foram uma potente ferramenta de prática inclusiva desenvolvida no território da USF.