INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NA ATENÇÃO BÁSICA

Resumo

INTRODUÇÃO: Na Atenção Básica, a ida do profissional de saúde à casa do paciente é de suma importância, visto que, muitos pacientes encontram-se restritos ao seu lar, seja por motivos físicos, econômicos ou ambientais. Além disso, para que haja um atendimento humanizado é necessário ver como é o ambiente em que ele mora, como é a relação com o cuidador, quando houver, quantas pessoas vivem com ele e como adequar o cuidado a sua realidade. Os acadêmicos de Fisioterapia da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), nas disciplinas de Saúde e Cidadania V e VI, com o objetivo de vivenciar e experienciar a rotina do profissional de saúde nos atendimentos domiciliares, realizaram o acompanhamento de um morador de 69 anos vítima de acidente de moto e compressão do canal medular assistido pela equipe de saúde da família (eSF) de uma unidade básica de saúde da família (UBSF) onde as atividades do curso são desenvolvidas. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: Após a identificação dos usuários restritos no território e discussão dos casos com a eSF foi identificado este usuário, o qual passamos a acompanha-lo semanalmente. Um vínculo entre os acadêmicos e o casal (paciente e esposa) foi criado, visando um atendimento integral e facilitando também a compreensão do dia-a-dia deles. O usuário encontrava-se acamado e totalmente dependente de sua esposa para a realização de suas atividades de vida diária. Por sua vez, a esposa encontrava-se sobrecarregada e não tinha condições físicas e econômicas para o tratamento. Diante da realidade encontrada foi realizado um planejamento que abordasse as necessidade e os desejos do usuário, quanto ao seu processo de reabilitação levando em consideração todos os fatores condicionantes no cuidado a ser ofertado, e também de sua esposa, aliviando seu quadro álgico e realizando orientações quanto a forma adequada de prestar o cuidado a seu esposo, bem como orientações sobre as possibilidades de solução dos problemas sociais identificados. IMPACTOS: Apesar de o usuário ter realizado o sonho de voltar a andar, com auxílio de andador, após 2 anos acamado, não foi só essa a conquista feita, ao ganhar independência, sentiu-se mais disposto e agradecido por não incomodar mais sua esposa e com as atividades de educação em saúde passou a cuidar mais de sua alimentação, da ingesta hídrica, dos cuidados com a pele, etc. Sua esposa relatou melhora do quadro álgico e disse ter mais tempo para ela, algo que já não tinha há anos. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Não basta a um fisioterapeuta ter apenas o conhecimento clínico, é preciso conhecer a realidade do usuário, pois o atendimento domiciliar trás uma realidade totalmente nova da profissão. Isto porque é preciso trabalhar com o que se tem, e além disso, aprender a solucionar as demandas que surgem a cada momento. Esse paciente acamado e com baixas condições financeiras também é merecedor de um atendimento integral e de qualidade de todos os profissionais da saúde. Sendo assim, foi de extrema coerência essa prática em saúde que tanto contribuiu para nossa formação profissional e pessoal.