PROJETO DE EXTENSÃO DE VISITAS DOMICILIARES: MAIS UM PONTO A CONTRIBUIR NA FORMAÇÃO DO FISIOTERAPEUTA PARA ATUAÇÃO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

Autores

  • Fernanda Romaguera Pereira dos Santos UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA
  • Karina Correa Wengerkievicz UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA
  • Bruna Hoffmann UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA
  • Rodrigo José Knabben UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA
  • Camilla Correa Garcia UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA

Resumo

INTRODUÇÃO: Dentre as possibilidades de contribuição para a formação do fisioterapeuta com vistas à atuação na Atenção Básica (AB), destacamos a vivência de visitas domiciliares (VD), no formato de projeto de extensão. Analisando o histórico do ensino superior em Fisioterapia no Brasil, observa-se ainda a valorização do individual, da terapêutica, da especialidade e da utilização de métodos e técnicas sofisticadas. As práticas e os estágios são predominantemente clínicos e limitados à média e alta complexidade. Para integrar-se ao modelo de atenção à saúde vigente, a formação do fisioterapeuta deve contemplar vivências mais próximas às condições reais de vida da população, tendo a comunidade como cenário de práticas e aprendizado. O envolvimento com o cotidiano e a realidade social proporciona aos estudantes uma compreensão mais ampla do processo saúde-doença e das possibilidades de intervenção do profissional na AB. A VD é imprescindível ao trabalho do fisioterapeuta na AB, visto as barreiras a serem superadas no ambiente domiciliar e social. Além disso, é na VD que se concretiza a oportunidade de integrar as atividades de vida diária e a família com a intervenção terapêutica, fornecendo as orientações específicas e adequadas à realidade do indivíduo. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: O Projeto de Extensão Visitas domiciliares para pessoas com sequela de Acidente Vascular Cerebral/Encefálico (AVC/AVE) desenvolve suas ações nos bairros do distrito sanitário Continente, em Florianópolis. A equipe, formada por um fisioterapeuta mestrando, um estudante de graduação e um agente comunitário de saúde visita pessoas com sequelas de AVE. A indicação destas pessoas é feita pela equipe da AB. São realizadas duas visitas para cada domicílio: a primeira objetiva avaliar o comprometimento motor e a independência funcional do indivíduo e a sobrecarga do cuidador, além da observação das barreiras e facilitadores ambientais, na segunda são realizadas orientações em relação às necessidades identificadas, como treino de atividades, orientações ao cuidador e sugestões de modificações ambientais. IMPACTOS: Através dessa experiência, observa-se um olhar profissional ampliado, que passa a observar não somente o indivíduo em suas características biológicas, mas também sua atividade e participação, seu contexto familiar e social. São exploradas tecnologias leves de cuidado, como as habilidades de comunicação e a utilização de materiais simples para prevenção e reabilitação. Desloca o cenário de prática de ensino de uma instituição, que geralmente é um espaço de domínio do profissional de saúde, para o domicílio, que é o espaço do indivíduo, da família e da comunidade. Esta prática permite visualizar a integração da abordagem terapêutica na rotina do indivíduo, tornando-o um participante ativo na reabilitação. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Sendo assim, percebe-se a prática de VD, no formato de projeto de extensão, como uma possibilidade expressiva de contribuir para reorientação e qualificação da formação do fisioterapeuta para a AB.