A PRÁTICA DO ACOLHIMENTO NO PRONTO SOCORRO EM ATUAÇÃO EM EQUIPE: DESENVOLVIMENTO DE COMPETENCIAS GERAIS PARA A FORMAÇÃO EM FISIOTERAPIA

Autores

  • Mayara Pereira de Souza UFMS
  • Izabela Rodrigues de Menezes UFMS
  • Adriane Pires Batiston UFMS
  • Arthur de Almeida Medeiros UFMS
  • Fernando Pierette Ferrari UFMS
  • Laís Alves de Souza UFMS

Resumo

INTRODUÇÃO: O desenvolvimento das competências gerais apontadas nas Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de fisioterapia representa um desafio para docentes e acadêmicos, considerando a histórica priorização do desenvolvimento das competências técnicas durante a formação. A inserção dos acadêmicos em territórios de vivência prática nos serviços em projetos multiprofissionais pode contribuir com a formação ao promover a exposição a situações reais e ao demandar respostas para as dificuldades encontradas. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: um hospital de grande porte oferece em Campo Grande/MS, a possibilidade de participação de acadêmicos em um projeto multiprofissional visando o acolhimento com classificação de risco (ACCR), com abordagem aos usuários e aos familiares no pronto-socorro. Ao aderir ao projeto, os alunos se inscrevem no setor de educação continuada e permanente do hospital e preenchem sua proposta individual de carga horária em uma escala mensal, a ser desenvolvida na entrada do pronto-socorro com possibilidade entre 7:00h e 20:00h. É possível a permanência simultânea de até quatro alunos, independente do curso da área da saúde, acompanhados pelos profissionais do serviço que compartilham com os acadêmicos as ações de acolhimento. Os acadêmicos recebem orientações dos profissionais sobre o processo de trabalho na entrada do PS e internações e atuam recebendo os pacientes, auxiliando-os na retirada da senha para o atendimento, orientando-os quanto ao ACCR, ouvindo suas queixas, apoiando-os na espera para a consulta de classificação de risco e atendimento médico, favorecendo a comunicação entre usuários e a equipe do hospital durante todo o processo de permanência na entrada do PS até a internação ou encerramento do atendimento. IMPACTOS: são recebidos nesse serviço ambulâncias do SAMU, corpo de bombeiros e usuários trazidos por familiares - procura espontânea. A participação do aluno no processo de trabalho com a equipe do hospital em situação de tensão constante os expõe a situações que exigem o desenvolvimento de habilidades específicas para o local, como agilidade, trabalho em equipe, comunicação e resiliência. Os acadêmicos referem frustrações, indignação, compaixão, motivação para ajudar, empatia, paciência para ouvir e lidar com o estresse do outro, criatividade para solucionar problemas e necessidade de negociação e escuta qualificada. CONSIDERAÇÕES FINAIS: existem limitações para o desenvolvimento das competências gerais, decorrente da cultura do papel de formador da universidade e da crença de que essas competências sejam naturais ao indivíduo. A deficiência na formação dos professores em práticas educacionais pode ser um fator que dificulta o planejamento de atividades pedagógicas que considerem essas competências e a inserção precoce em situações reais atuando no campo da saúde pode auxiliar a mobilizá-las nos acadêmicos. O desenvolvimento de ações de acolhimento desempenhadas em equipe favoreceram o reconhecimento e a valorização das competências gerais pelos acadêmicos, favorecendo a aquisição e a metacognição quanto ao tema.