ATENDIMENTO FISIOTERAPÊUTICO DOMICILIAR NA ATENÇÃO BÁSICA: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores

  • Geraldo Eduardo Guedes de Brito UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
  • Bárbarah Carolyne Moreira Rodrigues UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
  • Déborah Marianny Gondim Onofre UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
  • Elisabeth dos Santos Pinheiro UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
  • Marcilane da Silva Santos UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
  • Wéber Leandro dos Santos UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

Resumo

INTRODUÇÃO: O atendimento domiciliar é fundamental na experiência profissional do fisioterapeuta na Atenção Básica (AB), sendo uma oportunidade de tratar o paciente baseado nas suas vivências cotidianas, permitindo conhecer os obstáculos que o paciente enfrenta para receber o serviço e assim dar as orientações pertinentes. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: Este relato baseia-se na experiência de estudantes do curso de Fisioterapia no estágio curricular em Saúde Coletiva em Unidades de Saúde da Família (USF). Dentre as atividades regulares do estágio estão os atendimentos domiciliares. A seleção dos usuários para acompanhamento fisioterapêutico domiciliar baseou-se no princípio da equidade do Sistema Único de Saúde (SUS). Verificou-se que a maioria dos usuários selecionados eram idosos e com diferentes diagnósticos clínicos (AVE; Câncer de Próstata; Alzheimer; Enfisema pulmonar, entre outros) e com dificuldades de acesso aos serviços secundários de Fisioterapia. IMPACTOS: Esta experiência proporcionou o desenvolvimento de um olhar mais humanizado e integral para a prática profissional. Foi possível conhecer o contexto social e a influência direta deste no processo saúde-doença dos usuários acompanhados. Os estagiários perceberam dificuldades na articulação com outros profissionais da USF, não sendo elaborado nenhum projeto terapêutico, limitando-se apenas a atuação da Fisioterapia, comprometendo o trabalho em equipe. Uma das possíveis razões para essa desarticulação seja a alta demanda curativista na AB. Assim, na maioria das intervenções foi centrada no paciente e não ampliada para a família e determinantes sociais da saúde. Durante o estágio, observou-se que a elevada demanda de atendimento é um reflexo da insuficiência de centros de reabilitação e de vagas nestes serviços. Essa dificuldade para a admissão de usuários nos serviços fisioterapêuticos contribui para uma percepção negativa quanto ao seu processo de reabilitação física e recuperação. Em síntese, o que ficou evidenciado com esta experiência é que o cuidado se torna mais importante que o curar, principalmente nas USF, onde as demandas de atendimento são em sua maioria para casos crônicos. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O atendimento domiciliar proporciona ganhos tanto para estagiários quanto para o usuário; porém, percebem-se dificuldades para a articulação com outros profissionais que estão inseridos na ESF, comprometendo a troca de experiências e o fortalecimento de um cuidado integral, haja vista que os usuários demandam atenção também de outras áreas (nutricional, psicológica, assistência social, etc.). O atendimento domiciliar favorece acesso para aqueles usuários que não conseguem se deslocar até um serviço de saúde. Para a problemática da crescente demanda de atendimento fisioterapêutico sugere-se a criação de novos centros de reabilitação, a incorporação de intervenções em grupo, estímulo ao autocuidado e encaminhamento de usuários para outros profissionais, como o Educador Físico quando adequado.